Tuberização em Simmingea allagophylla (Martius) Wiehler (Gesneriaccae), uma especie do cerrado

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1994

RESUMO

Muitas das plantas herbáceas perenes do cerrado apresentam órgãos subterrâneos espessados que se mantém dormentes durante o período de seca e de frio. Assim para estas espécies o processo de formação destes órgãos subterrâneos garante a sobrevivência da planta. A indução e iniciação do órgão subterrâneo muitas vezes estão na dependência de fatores ambientais. Os fatores mais estudados são o fotoperíodo, temperatura e o suprimento de nitrogênio. Sementes de S. allalophylla germinam prontamente, sendo que após 21 dias há sinais visiveis de tuberização, como o aumento do diâmetro do hipocótilo e a presença de grãos de amido nesta região. Fotoperíodo de 18h, baixos níveis de nitrogênio no substrato e aplicação de benziladenina são promotores da tuberização, enquanto que fotoperíodo de 8h e aplicação de ácido giberélico são inibidores deste processo. Estaca de folha é um material interessante para o estudo da tuberização de S. allagophylla. O fotoperíodo de 18h é promotor apesar de também ocorrer tuberização em menor proporção nas estacas mantidas em fotoperíodo de 8h. A presença da gema axilar ou apical é primordial para a formação do órgão subterrâneo espessado, sugerindo que estes locais contenham um fator indutor da tuberização. Porém, quando apenas as gemas axilares são mantidas em cultura "in vitro" em meio MS a tuberização só ocorre se o meio de cultura contiver benziladenina. Não há promoção do crescimento do órgão subterrâneo espessado quando reguladores de crescimento são aplicados em plantas já tuberizadas ou quando mantidas em fotoperiodos de 8 ou 18h. Efeito promotor sobre o crescimento da parte aérea e inibidor sobre os níveis de carboidratos do tubérculo ocorrem quando ácido giberélico é aplicado na gema apical, sugerindo uma alocação de fotoassimilados para a parte aérea em detrimento do órgão subterrâneo espessado. Os dados sugerem que em S. allagophylla, provavelmente, o balanço entre inibidores e promotores controla o processo de tuberização na plântula; assim os níveis endógenos de giberelinas seriam baixos e a presença desencadeada por uma condição indutiva seria de um promotor necessária para ocorrer a tuberização no inicio do desenvolvimento da plântula

ASSUNTO(S)

tuberculose (botanica) plantas - desenvolvimento cerrados fisiologia vegetal

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