Tuberculose e infecção latente em funcionários de diferentes tipos de unidades prisionais

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Saúde Pública

DATA DE PUBLICAÇÃO

05/02/2018

RESUMO

RESUMO OBJETIVO Estimar a prevalência de tuberculose ativa e de infecção latente da tuberculose entre funcionários contatos e não contatos de detentos, e investigar fatores associados à infecção latente da tuberculose nesta população. MÉTODOS Estudo observacional do tipo transversal, realizado no período de 2012 a 2015, em funcionários de diferentes unidades prisionais do município de Franco da Rocha, SP. Consistiu na aplicação de um questionário, aplicação e leitura da prova tuberculínica, baciloscopia e cultura dos escarros e exame radiológico. A associação entre as variáveis qualitativas foi calculada pelo teste qui-quadrado de Pearson e os fatores sociodemográficos e clínico-epidemiológicos relacionados à infecção latente da tuberculose foram avaliados pela regressão logística com o cálculo das odds ratios (OR) e seus respectivos intervalos com 95% de confiança (IC95%). RESULTADOS Foram examinados 1.059 funcionários, sendo 657 (62,0%) de penitenciárias, 249 (23,5%) de unidades da Fundação CASA e 153 (14,5%) de hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico. Foi aplicada e lida a prova tuberculínica em 945 (89,2%) profissionais. Desses, 797 (84,3%) eram contatos de detentos e 148 (15,7%) não eram. Entre funcionários das penitenciárias, os fatores associados com a infecção latente da tuberculose foram os seguintes: ter contato com detento (OR = 2,12; IC95% 1,21–3,71); ser do sexo masculino (OR = 1,97; IC95% 1,19–3,27); estar na faixa etária entre 30 e 39 anos (OR = 2,98; IC95% 1,34–6,63), 40 a 49 anos (OR = 4,32; IC95% 1,94–9,60) e 50 a 59 anos (OR = 3,98; IC95% 1,68–9,43); ser da cor ou raça não branca (OR = 1,89; IC95% 1,29–2,78); e ser fumante (OR = 1,64; IC95% 1,05–2,55). Não houve exame positivo na baciloscopia e na cultura. Dos 241 (22,8%) profissionais que realizaram o exame radiológico, 48 (19,9%) apresentaram alterações, dos quais 11 eram suspeitos de tuberculose. CONCLUSÕES Os funcionários das penitenciárias que têm contato direto com os detentos têm 2,12 vezes mais chance de se infectar pelo Mycobacterium tuberculosis no âmbito de trabalho e, consequentemente, de adoecer por tuberculose, devendo ser alvos de ações de prevenção e controle da doença.

ASSUNTO(S)

tuberculose, epidemiologia tuberculose latente, diagnóstico prisões, recursos humanos fatores de risco condições de trabalho saúde do trabalhador

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