Tromp l oeil: reflexões sobre arte contemporânea

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Esta dissertação se propõe a investigar as relações entre o trompe l oeil e a algumas experimentações em arte contemporânea. A análise recai sobre as relações travadas entre o espectador e a obra, retomando o duelo entre Zêuxis e Parrásius, o relato de Giotto enganando seu mestre, dentre outros, bem como a relação que algumas obras recentes impõem ao espectador, obras como After Sherrie Levine de Mandiberg, Sleep de Warhol, 300 toneladas de Sierra, etc. Não se trata de um retorno ao ilusionismo pictórico, ou a formulação de novas formas ilusórias. Contrário a esta leitura, mais freqüente do tema, não se entende o trompe l oeil como o uso de artifícios pictóricos para exacerbar o ilusionismo, mas como um intrincado jogo de relações. Sendo assim, se analisam algumas características do trompe l oeil para compreender como estas estão presentes em obras contemporâneas. Estas podem ser definidas como a sobreposição de sentidos e superfícies que geram uma dialética colocada atrás na obra e não nos seus elementos internos. Outra característica é a semelhança, sendo esta uma construção que o trompe l oeil evidencia como tal, ao propor paradoxos imagéticos, que direcionam o olhar para o processo de fruição, pensando-o. Parte-se do espectador para a análise aqui realizada, pois sua crença inabalável de que aquilo que se vê é real ou verdadeiro é um elemento fundamental dessa fruição. Tal crença inabalável que o leva a tentar adentrar a obra relaciona-se, de certo, com a alucinação psíquica. Todavia, diferentemente desta, o trompe l oeil ocorre a partir da consciência, e não apesar da mesma. Em sua ironia ou em seu agudo pensamento, abala as crenças na realidade como fato contínuo e no real como instância inabalável

ASSUNTO(S)

trompe loeil expectador artes pintura de interiores paradoxo arte contemporânea contemporary art pintura moderna spectator, paradox

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