Trombólise intra-arterial associada a angioplastia adjunta na fase aguda do acidente vascular cerebral isquêmico
AUTOR(ES)
Falcão, Carlos Henrique, Falcão, Antônio Luis Eiras, Ulhoa, Alexandre, Rezende, Marco Túlio, Salgado, Constantino González, Malheiros, Waldir Gomes, Silva, José Antônio Corrêa da, Peixoto, Edison Carvalho Sandoval
FONTE
Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva
DATA DE PUBLICAÇÃO
2010
RESUMO
INTRODUÇÃO: A reperfusão precoce da artéria responsável pelo acidente vascular cerebral isquêmico está associada ao salvamento da zona de hipoperfusão adjacente à área central isquêmica. Nosso objetivo foi analisar em uma série retrospectiva de pacientes a eficácia da trombólise intraarterial em restabelecer o fluxo no vaso tratado na fase aguda do acidente vascular cerebral isquêmico e avaliar o grau de incapacidade por meio da escala de Rankin modificada (ERm) no seguimento mínimo de três meses, identificando variáveis prognósticas. MÉTODOS: Série de 30 pacientes com acidente vascular cerebral isquêmico [tempo entre o início dos sintomas e o início da trombólise (Δt) < 6 horas no território carotídeo e < 12 horas no território vértebro-basilar) associado a oclusão de uma artéria cerebral, angiograficamente comprovada, e sem hemorragia ou sinais de infarto de grande extensão na tomografia computadorizada, submetidos a trombólise intra-arterial, combinada ou não a angioplastia intracraniana adjunta. RESULTADOS: A pontuação admissional na escala do acidente vascular cerebral do National Institute of Health Stroke Scale (NIHSS) foi de 15 ± 17. A trombólise intra-arterial foi iniciada com Δt de 266,3 minutos. A recanalização completa ocorreu em 21 pacientes (70%) e parcial, em 9 (30%). Angioplastia intracraniana adjunta foi necessária em 8 pacientes. Evolução favorável (ERm < 2) foi obtida em 53,3% da amostra total e em 64% dos pacientes com oclusão da artéria cerebral média. A boa evolução esteve associada a melhor fluxo colateral (P = 0,07), envolvimento da artéria cerebral média (P = 0,01), envolvimento do hemisfério cerebral direito (P = 0,07) e trombólise intra-arterial < 4,5 horas (P = 0,057). A evolução desfavorável associou-se a hiperglicemia (P = 0,003), NIHSS à admissão > 18 (P = 0,01), idade avançada (P = 0,01) e doses maiores de ativador de plasminogênio tecidual recombinante (rt-PA) (P = 0,08). CONCLUSÕES: A trombólise intra-arterial na fase aguda do acidente vascular cerebral isquêmico, associada a angioplastia intracraniana adjunta, demonstrou ser um método eficaz, apresentando elevado porcentual de recanalização completa e evolução favorável em pacientes apropriadamente selecionados.
ASSUNTO(S)
acidente cerebral vascular terapia trombolítica reperfusão
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