Trombólise intra-arterial associada a angioplastia adjunta na fase aguda do acidente vascular cerebral isquêmico

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva

DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

INTRODUÇÃO: A reperfusão precoce da artéria responsável pelo acidente vascular cerebral isquêmico está associada ao salvamento da zona de hipoperfusão adjacente à área central isquêmica. Nosso objetivo foi analisar em uma série retrospectiva de pacientes a eficácia da trombólise intraarterial em restabelecer o fluxo no vaso tratado na fase aguda do acidente vascular cerebral isquêmico e avaliar o grau de incapacidade por meio da escala de Rankin modificada (ERm) no seguimento mínimo de três meses, identificando variáveis prognósticas. MÉTODOS: Série de 30 pacientes com acidente vascular cerebral isquêmico [tempo entre o início dos sintomas e o início da trombólise (Δt) < 6 horas no território carotídeo e < 12 horas no território vértebro-basilar) associado a oclusão de uma artéria cerebral, angiograficamente comprovada, e sem hemorragia ou sinais de infarto de grande extensão na tomografia computadorizada, submetidos a trombólise intra-arterial, combinada ou não a angioplastia intracraniana adjunta. RESULTADOS: A pontuação admissional na escala do acidente vascular cerebral do National Institute of Health Stroke Scale (NIHSS) foi de 15 ± 17. A trombólise intra-arterial foi iniciada com Δt de 266,3 minutos. A recanalização completa ocorreu em 21 pacientes (70%) e parcial, em 9 (30%). Angioplastia intracraniana adjunta foi necessária em 8 pacientes. Evolução favorável (ERm < 2) foi obtida em 53,3% da amostra total e em 64% dos pacientes com oclusão da artéria cerebral média. A boa evolução esteve associada a melhor fluxo colateral (P = 0,07), envolvimento da artéria cerebral média (P = 0,01), envolvimento do hemisfério cerebral direito (P = 0,07) e trombólise intra-arterial < 4,5 horas (P = 0,057). A evolução desfavorável associou-se a hiperglicemia (P = 0,003), NIHSS à admissão > 18 (P = 0,01), idade avançada (P = 0,01) e doses maiores de ativador de plasminogênio tecidual recombinante (rt-PA) (P = 0,08). CONCLUSÕES: A trombólise intra-arterial na fase aguda do acidente vascular cerebral isquêmico, associada a angioplastia intracraniana adjunta, demonstrou ser um método eficaz, apresentando elevado porcentual de recanalização completa e evolução favorável em pacientes apropriadamente selecionados.

ASSUNTO(S)

acidente cerebral vascular terapia trombolítica reperfusão

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