Triatomíneos sinantrópicos (Hemiptera, Reduviidae) no estado de Pernambuco, Brasil: distribuição geográfica e índices de infecção natural por Trypanosoma entre 2006 e 2007
AUTOR(ES)
Silva, Maria Beatriz Araújo, Barreto, Ana Virgínia Matos Sá, Silva, Helker Albuquerque da, Galvão, Cleber, Rocha, Dayse, Jurberg, José, Gurgel-Gonçalves, Rodrigo
FONTE
Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical
DATA DE PUBLICAÇÃO
2012-02
RESUMO
INTRODUÇÃO: O presente estudo apresenta uma análise descritiva da ocorrência de triatomíneos e seus índices de infecção natural por Trypanosoma no Estado de Pernambuco, entre 2006 e 2007. MÉTODOS: Dados entomológicos para as espécies de triatomíneos, tais como espécimes capturados no intra e peridomicílio, e índice de infecção natural foram obtidos por meio da captura domiciliar em 147 municípios das 11 Gerências Regionais de Saúde. A pequisa foi baseada em uma amostra de insetos (100% dos infectados e 20% dos não infectados) enviados para o Laboratório Central de Pernambuco. RESULTADOS: No total, 18.029 triatomíneos foram analisados provenientes de 138 municípios. Triatoma pseudomaculata (35%), Triatoma brasiliensis (34%) e Panstrongylus lutzi (25%) foram as espécies mais capturadas. Estas espécies também apresentaram ampla distribuição geográfica no estado. Panstrongylus megistus, Triatoma petrocchiae, Triatoma melanocephala, Triatoma sordida, Rhodnius nasutus, Rhodnius neglectus e Triatoma infestans apresentaram distribuição geográfica mais restrita e menores valores de abundância relativa. A pesquisa parasitológica mostrou que 8,8% dos triatomíneos estavam infectados por flagelados morfologicamente similares a Trypanosoma cruzi e 91,3% deles foram capturados no interior das habitações em 113 municípios. P. lutzi apresentou as maiores taxas de infecção natural. CONCLUSÕES: Após o controle do T. infestans, as espécies sinantrópicas T. brasiliensis, T. pseudomaculata e P. lutzi mantêm o risco de transmissão do T. cruzi ao homem no Estado de Pernambuco. Estas espécies são amplamente distribuídas e espécimes infectados foram encontrados dentro das casas. Assim, nossos resultados recomendam reforçar a vigilância e controle vetorial da doença de Chagas em Pernambuco.
ASSUNTO(S)
triatominae vigilância vetorial doença de chagas pernambuco brasil
Documentos Relacionados
- Ocorrência de triatomíneos sinantrópicos (Hemiptera: Reduviidae) no Distrito Federal, Brasil
- Filogeografia, morfometria e distribuição geográfica potencial de populações de Rhodnius neglectus (Hemiptera, Reduviidae) no Brasil
- Infecção natural de triatomíneos (Hemiptera: Reduviidae) por tripanosomatídeos em dois ambientes distintos no município de Ouro Preto do Oeste, Estado de Rondônia, Brasil
- Distribuição geográfica e indicadores entomológicos de triatomíneos sinantrópicos capturados no Estado de Goiás
- Coloração da bainha peritoneal testicular como uma sinapomorfia dos triatomíneos (Hemiptera, Reduviidae)