Triagem de familiares de pacientes com doença renal crônica com mutação na doença de Fabry: uma tarefa muito importante e subestimada
AUTOR(ES)
Sodré, Luciana Senra de Souza; Huaira, Rosália Maria Nunes Henriques; Colugnati, Fernando Antônio Basile; Carminatti, Moises; Braga, Luciane Senra de Souza; Coutinho, Marcelo Paula; Fernandes, Natália Maria da Silva
FONTE
Braz. J. Nephrol.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2021-03
RESUMO
RESUMO Introdução: A doença de Fabry é uma condição hereditária crônica, progressiva e multissistêmica, relacionada a uma mutação Xq22 no cromossomo X, que resulta em deficiência da enzima alfa-galactosidase, diminuindo a capacidade de degradação da globotriaosilceramida. Objetivos: avaliar a prevalência de mutações na doença de Fabry, bem como seus sinais e sintomas, em familiares de pacientes com doença renal crônica (DRC) diagnosticados com DF durante um estudo realizado anteriormente, denominado “Análise clínica e epidemiológica da doença de Fabry em centros de diálise no Brasil”. Métodos: foi realizado um estudo transversal e os dados foram coletados através da entrevista com familiares de pacientes inscritos no Projeto Rim Fabry Brasil e exames de sangue para dosagem de Gb3 e testes genéticos. Resultados: Dos 1,214 familiares entrevistados, 115 (9,47%) foram diagnosticados com DF, com predomínio de mulheres (66,10%). As comorbidades mais prevalentes foram condições reumatológicas e hipertensão arterial sistêmica (1,7% cada), seguidas por doenças cardíacas, neurológicas, cerebrovasculares e depressão em 0,9% dos indivíduos. Intolerância ao exercício físico e cansaço foram os sintomas mais observados (1,7%), seguidos de febre periódica, intolerância ao calor ou ao frio, dor difusa, sensação de queimação ou dormência nas mãos e nos pés, sudorese reduzida ou ausente, além de dor abdominal após refeições em 0,9%. Conclusão: Encontramos uma prevalência da doença de Fabry em 9,47% dos familiares de pacientes com DRC com essa condição, notadamente com uma predominância de 66,1% de mulheres, o que contrasta com relatos anteriores. A triagem de familiares de pacientes com DF é importante, pois pode levar ao diagnóstico e tratamento precoces, permitindo melhor qualidade de vida e melhores resultados clínicos para esses indivíduos.
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