TREATMENT OF ANEMIA AND IMPROVEMENT OF QUALITY OF LIFE AMONG PATIENTS WITH CROHN'S DISEASE: experience using ferric carboxymaltose

AUTOR(ES)
FONTE

Arq. Gastroenterol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2015-12

RESUMO

Objetivos - Anemia é a alteração hematológica mais comum em portadores de doença de Crohn, estando frequentemente relacionada à atividade inflamatória intestinal. Sua causa é multifatorial, está associada na maioria das vezes com deficiência absoluta de ferro (anemia ferropriva) e/ou deficiência funcional de ferro (anemia da inflamação ou anemia de doença crônica), podendo também ser identificada outras causas como deficiência de ácido fólico ou vitamina B12 e secundária a efeitos adversos de medicamentos (derivados salicílicos e imunossupressores). Neste trabalho, avaliamos portadores de doença de Crohn em atividade com anemia que foram tratados com carboximaltose férrica endovenosa, e discutimos os esquemas terapêuticos (doses), a segurança e os resultados, assim como a melhora da qualidade de vida. Métodos - Neste estudo prospectivo, avaliamos 10 consecutivos pacientes portadores de doença de Crohn de moderada a grave atividade com anemia (Hb: 6,7 a 10 g/dL) que foram atendidos no período de março de 2014 a março de 2015. Eram seis (60%) do sexo masculino e quatro do sexo feminino, todos com anemia moderada ou grave (hemoglobina <10g/dL), tratados com no máximo três infusões de 1000 mg de carboximaltose férrica por via endovenosa em, pelo menos, 15 minutos. Procurou-se também correlacionar o grau de atividade inflamatória da doença de Crohn (mensuração realizada com o IADC-índice de atividade da doença de Crohn) e dosagem da proteína C reativa com a gravidade da anemia. O desfecho primário foi aumento da Hb de ≥2 g/dL e desfecho secundário a normalização da anemia (Hb ≥12 g/dL para mulheres e ≥13 g/dL para homens) e melhora na qualidade de vida após 12 semanas da aplicação da última dose de carboximaltose férrica. Resultados - Dos 10 pacientes estudados, em 3 a suplementação parenteral de ferro foi realizada durante internação hospitalar, o restante em regime ambulatorial. A dose total de ferro administrada variou de 1.000 a 2.000 mg, sendo a média de 1.650 mg. A atividade da doença de Crohn mensurada pelo IADC e pelo PCR se correlacionou com a intensidade da anemia. O aumento de 2 g/dL ocorreu em oito (80%) pacientes após 12 semanas e a normalização da anemia foi observada em sete (70%). Melhora do escore de qualidade de vida foi observada em todos (100%) após 12 semanas. A carboximaltose férrica foi bem tolerada, três pacientes apresentaram reações adversas (2 - náusea e 1 - cefaléia) de leve intensidade. Conclusões - Anemia é uma complicação frequente em portadores de doença de Crohn. A terapia com ferro por via endovenosa tem sido a recomendada em portadores de doença de Crohn, pois nestes pacientes a absorção do ferro oral é bastante limitada devido ao estado inflamatório e "bloqueio" da entrada de ferro nos enterócitos por ação da hepcidina sobre a ferroportina, além das elevadas taxas de eventos adversos gastrointestinais que comprometem a adesão ao tratamento e podem agravar o estado inflamatório intestinal. O grau de atividade da doença de Crohn mensurado pelo IADC e PCR se correlaciona com a severidade da anemia. A carboximaltose férrica é uma droga segura, pode ser administrada em altas doses (até 1.000 mg por aplicação por semana), corrige a anemia e os estoques de ferro em curto espaço de tempo, com consequente melhora da qualidade de vida.

ASSUNTO(S)

anemia ferropriva doença de crohn injeções intravenosas ferro qualidade de vida

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