Tratamento trombolítico intravenoso no acidente vascular cerebral isquêmico: experiência da clínica neurológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo / Intravenous thrombolytic therapy for acute ischemic stroke: clinical experience of Department of Neurology of the Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

O uso intravenoso do ativador tecidual do plasminogênio está aprovado para o tratamento do acidente vascular cerebral isquêmico há alguns anos e estão publicadas diretrizes e recomendações para o seu uso. O atendimento hospitalar precisa ser organizado a fim de tornar esse tratamento exeqüível e seguro, alcançando os resultados esperados. O objetivo deste estudo foi verificar a exeqüibilidade e a segurança do tratamento trombolítico intravenoso nos pacientes tratados pela Clínica Neurológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, assim como avaliar as características desses pacientes, sua evolução clínica, as complicações do tratamento e os preditores prognósticos. Também foi avaliado o desempenho do atendimento hospitalar, através da análise do tempo das diversas etapas do atendimento, em quatro diferentes grupos de pacientes com base no local do primeiro atendimento médico. Foram tratados 51 pacientes entre Junho de 1998 e Agosto de 2005, primeiramente atendidos no Pronto Socorro de Neurologia (22 pacientes), Instituto do Coração (22 pacientes) e enfermarias do Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (3 pacientes), assim como no Hospital Universitário (4 pacientes). Os tempos do atendimento, representados por suas respectivas medianas, foram: entre o ictus e a admissão (55 minutos); entre a admissão e a análise da tomografia computadorizada de crânio (35 minutos); entre a admissão e o início do tratamento trombolítico (90 minutos) e entre o ictus e o início do tratamento trombolítico (160 minutos). De uma maneira geral, o desempenho do atendimento melhorou durante o período do estudo. Entretanto, a análise comparativa dos grupos revelou que os tempos entre a admissão e a análise da tomografia computadorizada de crânio e entre a admissão e o início do tratamento trombolítico foram maiores no Instituto do Coração (p = 0,002 e p = 0,01, respectivamente) do que no Pronto Socorro de Neurologia e Hospital Universitário. O principal mecanismo causador do acidente vascular cerebral isquêmico foi embolia de origem cardíaca (54%). A maioria dos pacientes tratados chegou ao hospital com déficits neurológicos graves (mediana 17 na Escala de AVC do NIH). Resultado funcional excelente em 3 meses, definido como pontuações 0 ou 1 na Escala de Rankin modificada, foi observado em 29% dos casos e hemorragia cerebral sintomática em 6% dos casos. Em conclusão, o tratamento trombolítico intravenoso com ativador tecidual do plasminogênio no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo foi exeqüível e seguro. A intensidade do déficit neurológico na admissão, mensurada pela Escala de AVC do NIH e a redução igual ou maior que quatro pontos nesta escala em 24 horas foram preditores prognósticos independentes.

ASSUNTO(S)

university hospitals/standards emergency medical services serviços médicos de emergência fibrinolíticos/uso terapêutico fibrinolytic agents/therapeutic use thrombolytic therapy acidente cerebrovascular/terapia cerebrovascular accident/therapy terapia trombolítica hospitais universitários/normas

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