Tratamento e purificação de águas contaminadas com azo corantes por processos de oxidação avançados

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

30/08/2007

RESUMO

Os azo corantes são compostos orgânicos sintéticos amplamente aplicados em tingimento têxtil, tintas para impressão e outros processos industriais como manufatura de medicamentos, brinquedos e comidas. Estes corantes têm sido desenvolvidos com a finalidade de resistir à degradação biológica e química. Além disso, estes compostos podem causar sérios problemas ao meio ambiente por serem potencialmente carcinogênicos, tóxicos e não biodegradáveis. Dentre as técnicas para tratamento de efluentes, os Processos de Oxidação Avançados (POAs), caracterizados pela produção de radical hidroxila, têm sido usados como alternativa no tratamento de resíduos e na degradação de diversos poluentes orgânicos. Neste trabalho foi investigada a degradação de dois monoazo (AO7, acid orange 7 e DO34, direct orange 34) e dois diazo corantes (DR23, direct red 23 e DY86, direct yellow 86) utilizando processos tais como fotólise direta (UV, H2O2/UV e Fenton (Fe2+/H2O2)) e foto- Fenton (Fe2+/H2O2/UV). Dados preliminares obtidos para DR23, foram utilizados para otimizar os processos Fenton e foto-Fenton, usando planejamento fatorial 23, considerando o pH, as concentrações de Fe2+ e de H2O2 para cada azo corante. As degradações dos azo corantes por fotólise direta e por H2O2/UV não foram satisfatórias em reator fechado, pois baixos percentuais de descoloração foram obtidos durante 6 h de irradiação a 30ºC. Por outro lado, em reator aberto as descolorações dos monoazo corantes AO7 e DO34 foram respectivamente iguais a 96% e 82%, e para os diazo corantes, DR23 e DY86, 32% e 45% na presença de peróxido de hidrogênio 1,5x10-1 mol L-1 sob radiação UV durante 3 h a 30ºC. Todos os azo corantes foram completamente degradados em até 3 h a 30ºC nos processos Fenton e foto- Fenton, em reator fechado. Destes, o AO7 apresentou maior constante velocidade, 2,08x10-1 min-1 para o Fenton e 1,46x10-1 min-1 para o foto-Fenton. O efluente sintético contendo os quatro azo corantes degradou 71% em 3 h pelo processo foto-Fenton usando 7,5x10-2 mol L-1 de H2O2 e 5,0x10-4 mol L-1 de Fe2+. A água purificada através dos tratamentos Fenton e foto-Fenton, apresentou parâmetros experimentais recomendados pelo CONAMA (17 de março de 2005). O fungo Botryosphaeria rhodina não cresceu nesta água tratada devido à ausência de fonte de carbono, indicando a mineralização dos azo corantes. A não toxicidade dessa água foi confirmada pela não mortalidade do microcrustáceo Artemia salina em solução salina de diferentes concentrações.

ASSUNTO(S)

físico-química azocorantes - degradação artemia salina botryosphaeria rhodina physical chemistry

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