Tratamento do astigmatismo durante a facoemulsificação

AUTOR(ES)
FONTE

Arq. Bras. Oftalmol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2014-01

RESUMO

Objetivo: Comparar incisões relaxantes limbares (IRL) e lentes intraoculares (LIO) tóricas tanto em termos não-vetoriais (efetividade, segurança e eficácia), quanto vetoriais no tratamento do astigmatismo por ocasião da facoemulsificação. Métodos: Estudo observacional longitudinal (série de casos) no qual foram avaliados 62 olhos de 31 pacientes consecutivos de catarata com astigmatismo corneano pré-operatório entre 0,75 e 2,50 dioptrias (D) para ambos os olhos. Os pacientes foram aleatoriamente distribuídos entre 2 grupos: "1" submetido a implante de lentes intraoculares AcrySof ToricTM em ambos os olhos e "2" com implante bilateral de lentes intraoculares tóricas AcrySof NaturalTM complementada por incisões relaxantes limbares. Todos os pacientes foram reavaliados com 1, 3 e 6 meses de pós-operatório, sendo feitas análises do astigmatismo refracional por métodos não-vetoriais, como pela análise vetorial de Alpins, interessando os resultados dentro de cada grupo e entre os grupos. Resultados: O porcentual de olhos entre ±0,50 D da correção pretendida no grupo incisões relaxantes limbares foi de 75 e 71,88%, respectivamente, em comparação aos 40 e 66,67% do grupo lentes intraoculares tóricas aos 3 e 6 meses de pós-operatório. Nos outros períodos avaliados, os porcentuais foram favoráveis ao grupo lentes intraoculares tóricas. O índice de segurança não demonstrou diferença em nenhum dos períodos. O índice de eficácia foi estatisticamente maior para o grupo lentes intraoculares tórica com 1 e 3 meses de pós-operatório (0,43 e 0,44), em comparação ao grupo incisões relaxantes limbares (0,31 e 0,36). Aos 6 meses, o porcentual de olhos, para o grupo incisões relaxantes limbares, foi: hipocorreção em 53,13%; 43,74% alcançaram a correção pretendida e 3,13% ficaram hipercorrigidos; no grupo lentes intraoculares tóricas, a hipocorreção ocorreu em 16,76%; 76,67% alcançaram a correção pretendida e 6,67% ficaram hipercorrigidos. Os porcentuais de sucesso da cirurgia astigmática, da redução do astigmatismo no eixo pretendido e do astigmatismo corrigido foram, respectivamente, para o grupo IRL: 43%, 62% e 64%; para o grupo lentes intraoculares tóricas: 57%, 81% e 94%. Conclusões: Nossos resultados sugerem que o uso de lentes intraoculares tóricas é vantajoso ao de incisões relaxantes limbares no tratamento do astigmatismo por ocasião da facoemulsificação. Apesar de que tais vantagens mostraram-se sutis na análise não-vetorial, elas foram consistentes na perspectiva vetorial.

ASSUNTO(S)

astigmatismo/fisiopatologia implante de lente intraocular facoemulsificação/métodos limbo da córnea/cirurgia avaliação de eficácia-efetividade de intervenções

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