TRATAMENTO DE EFLUENTES HOSPITALARES PELA REAÇÃO DE FENTON E FOTO-FENTON: COMPARAÇÃO DA EFICIÊNCIA

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Com o aumento da população das cidades, das atividades industriais e das instituições de saúde públicas e privadas, um maior volume de efluentes está sendo gerado. O problema dos efluentes (incluindo os hospitalares) é o grande potencial de contaminação do solo e das águas superficiais e subterrâneas com metais e compostos orgânicos, além de microorganismos com potencial patogênico. Os fármacos utilizados em instituições de saúde são desenvolvidos para serem persistentes, mantendo suas propriedades químicas o bastante para servir a um propósito terapêutico. Porém, parte de uma dosagem de fármaco pode ser excretado inalterado (sem contar os metabólitos gerados), indo perturbar a fauna e flora presente no ecossistema receptor do efluente. Diante dos estudos e comprovações sobre a ocorrência de fármacos nos rios e cursos dágua, torna-se de fundamental importância a busca de soluções efetivas para esse problema de saúde pública e, juntamente com a fiscalização de órgãos competentes, evitar que práticas agressivas ao meio ambiente continuem ocorrendo em grande escala. Nesse sentido, o tratamento de efluentes líquidos é uma das principais questões ambientais que pode levar à proteção do meio ambiente. A ausência de estudos da utilização do processo Fenton e Foto-Fenton no tratamento de efluentes hospitalares, aliada à necessidade de diminuição do impacto ambiental causado por estes efluentes justificam o presente projeto que apresenta como objetivo avaliar a eficiência de dois métodos de tratamento para efluentes hospitalares de uma instituição de pequeno porte, utilizando o processo de Fenton e Foto-Fenton, os quais se baseiam na geração de um agente oxidante muito forte, o radical hidroxila. O efluente escolhido para a realização dos testes foi oriundo do hospital Santa Clara, na cidade de Otacílio Costa. Trata-se de uma instituição de pequeno porte e média complexidade, atendendo uma média de 800 pacientes/mês. Nesse efluente não é realizado nenhum tipo de tratamento, apenas a separação das fases líquidas e sólidas. O conteúdo sólido, ou seja, o lodo é recolhido por uma empresa privada e a parte líquida é lançada por uma tubulação no rio Canoas. A metodologia envolveu a quantificação de efluente gerado por mês, identificação da quantidade de antibióticos usados no hospital, quantificação dos materiais de higienização, desinfecção e por fim, a quantificação da água utilizada mensalmente. No efluente foi analisado parâmetros físico-químicos como a DBO, DQO, F total, N total, ST, pH, M.O, TOC e análise microbiológica. A avaliação da eficiência dos tratamentos (Fenton e Foto-Fenton) foi realizada através da comparação de alguns destes parâmetros pré e pós-tratamento. Os resultados mostraram que após 30 min de tratamento, houve desinfecção do efluente hospitalar, bem como houve diminuição na quantidade de matéria orgânica. Após 120 min, houve redução significativa (acima de 90 %) na quantidade de matéria orgânica presente nos efluentes tratados tanto pelo processo clássico de Fenton, quanto pelo processo de Foto-Fenton.

ASSUNTO(S)

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