Tratamento cirúrgico da endocardite infecciosa ativa: análise de 361 doentes operados

AUTOR(ES)
FONTE

Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery

DATA DE PUBLICAÇÃO

2003-06

RESUMO

OBJETIVO: O trabalho analisa a experiência obtida com o tratamento cirúrgico da endocardite infecciosa ativa (EIA) realizado em 361 doentes operados. MÉTODO: As idades variaram de 3 a 81 anos com média de 38 ± 8,3 anos, sendo 230 pacientes do sexo masculino. Os agentes etiológicos foram identificados em 311 (86,20%) doentes, sendo o diagnóstico baseado no quadro clínico, ecocardiográfico e microbiológico. Duzentos e cinco doentes apresentavam comprometimento em valvas nativas e 156 em próteses. Noventa doentes apresentavam abscessos anulares e 11 apresentavam fístulas. Deste grupo de 205 pacientes, 104 (50,73%) foram operados por insuficiência cardíaca incontrolável e 87 (42,44%) devido a sepsis progressiva. Todas as valvas aórticas infectadas (136) foram substituídas. Das as 107 valvas mitrais doentes, foram possíveis ressecções isoladas de vegetações em 13 pacientes. De 16 valvas tricúspides comprometidas, foram ressecadas oito e realizada ressecção parcial nas demais. As 156 próteses foram substituídas, a maioria por biopróteses. Os abscessos foram tratados por sutura direta, quando de diâmetros menores que 10 mm. Quando maiores, foram limpos e ocluídos com retalhos de pericárdio bovino sobre os quais as próteses foram fixadas. As fístulas foram limpas e ocluídas nas duas extremidades. RESULTADOS: Houve 75 (20,78%) óbitos imediatos e 26 tardios, a grande maioria devido a causas cardiogênicas. Houve 15 recidivas tardias, com necessidade de reoperação em 10 pacientes. O seguimento tardio mostra uma recuperação funcional em 77,62% dos doentes. CONCLUSÕES: O tratamento deve ser precoce e radical, ressecando-se todo e qualquer tecido comprometido, o que contribue para melhores resultados.

ASSUNTO(S)

endocardite valvas cardíacas abscesso

Documentos Relacionados