Tratamento antissecretor da doença do refluxo gastroesofágico pediátrica - uma revisão sistemática

AUTOR(ES)
FONTE

Arq. Gastroenterol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

21/09/2017

RESUMO

RESUMO CONTEXTO: Inibidores de bomba de prótons e antagonistas dos receptores H2 da histamina são duas das mais comumente prescritas classes de medicações para a doença do refluxo gastroesofágico pediátrica, mas sua eficácia é controversa. Muitos pacientes são tratados com essas drogas por manifestações atípicas atribuídas ao refluxo gastroesofágico, mesmo que uma relação causal não esteja comprovada. OBJETIVO: Avaliar os inibidores da bomba de prótons e os antagonistas dos receptores H2 da histamina na doença do refluxo gastroesofágico pediátrica através de uma revisão sistemática. MÉTODOS: Realizou-se uma revisão sistemática, utilizando as bases de dados MEDLINE, EMBASE e Cochrane Central Register of Controlled Trials. A pesquisa foi limitada a estudos publicados em inglês, português e espanhol. Não houve limitação quanto à data de publicação. Os estudos foram considerados elegíveis se fossem ensaios controlados randomizados que avaliassem inibidores da bomba de prótons e/ou antagonistas dos receptores H2 da histamina para o tratamento da doença do refluxo gastroesofágico pediátrica. Estudos publicados apenas como resumos, estudos que não avaliassem desfechos clinicamente relevantes e estudos que comparassem exclusivamente diferentes doses do mesmo fármaco foram excluídos. A extração de dados foi realizada por pesquisadores independentes. O protocolo do estudo foi registrado na plataforma PROSPERO (CRD42016040156). RESULTADOS: Após a análise das 735 referências identificadas, 23 estudos (1598 pacientes randomizados) foram incluídos na revisão sistemática. Oito estudos demonstraram que tanto os inibidores da bomba de prótons como os antagonistas dos receptores H2 da histamina eram eficazes contra as manifestações típicas da doença de refluxo gastroesofágico e que não havia evidências de benefício na combinação dessas classes de drogas ou na prescrição rotineira de tratamentos de manutenção de longo prazo. Três estudos avaliaram o efeito dos tratamentos em crianças com asma e, nem os inibidores da bomba de prótons, nem os antagonistas dos receptores H2 da histamina se mostraram significativamente melhores do que o placebo. Um estudo comparou diferentes combinações de omeprazol, betanecol e placebo para o tratamento de crianças com tosse, e não há uma definição clara sobre a melhor estratégia terapêutica. Outro estudo demonstrou que o omeprazol apresentou melhor desempenho do que a ranitidina para o tratamento de manifestações extraesofágicas da doença do refluxo gastroesofágico. Dez estudos não tiveram sucesso em demonstrar benefícios significativos dos inibidores da bomba de prótons ou dos antagonistas dos receptores H2 da histamina para o tratamento de manifestações inespecíficas atribuídas ao refluxo gastroesofágico em crianças menores de 1 ano de idade. CONCLUSÃO: Inibidores da bomba de prótons ou antagonistas dos receptores H2 da histamina podem ser utilizados para tratar crianças com doença de refluxo gastroesofágico, mas não para tratar asma ou sintomas inespecíficos.

ASSUNTO(S)

refluxo gastroesofágico criança inibidores da bomba de prótons antagonistas dos receptores histamínicos h2

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