Traqueostomia na infância: revisão da literatura sobre complicações e mortalidade nas últimas três décadas
AUTOR(ES)
Dal’Astra, Ana Paula Ligoski, Quirino, Ariane Vieira, Caixêta, Juliana Alves de Sousa, Avelino, Melissa Ameloti Gomes
FONTE
Braz. j. otorhinolaryngol.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2017-04
RESUMO
Resumo Introdução: A traqueostomia é um procedimento com características exclusivas em pacientes pediátricos devido à maior dificuldade técnica e às maiores taxas de morbidade e mortalidade em relação ao procedimento em adultos. Nas últimas décadas, houve mudanças significativas na assistência médica às crianças, especialmente para aquelas que necessitam de cuidados intensivos. As condições cirúrgicas também melhoraram e houve um advento de novos equipamentos e medicamentos. Esses avanços trouxeram mudanças tanto nas indicações de traqueostomia como nas suas complicações. Objetivo: Realizar uma revisão dos artigos publicados nas últimas três décadas sobre as complicações e a mortalidade em crianças submetidas à traqueostomia. Método: Os artigos foram pesquisados nas bases de dados online da Cochrane, Latin American and Caribbean Health Sciences Literature (Lilacs), SciELO, National Library of Medicine (Medline Plus) e PubMed. Os artigos selecionados foram publicados entre janeiro de 1985 e dezembro de 2014 e os dados foram comparados com uso de teste do qui-quadrado. Resultados: Foram selecionados 3.797 artigos, 47 dos quais foram usados como base para esta revisão. Quando as três décadas foram avaliadas como um todo, encontrou-se um aumento das traqueostomias em crianças do sexo masculino com menos de um ano. As complicações mais comuns no período analisado, em ordem decrescente de frequência, foram granuloma, infecção, obstrução da cânula, decanulação acidental e fístula traqueocutânea pós-decanulação. Na segunda e terceira décadas de revisão, os granulomas representaram a complicação mais comum; na primeira década da revisão, pneumotórax foi a mais comum. A mortalidade associada à traqueostomia variou de 0% a 5,9%, enquanto que a mortalidade global variou de 2,2% a 59%. Além disso, a revisão incluiu quatro estudos sobre lactentes prematuros e/ou nascidos com muito baixo peso submetidos à traqueostomia; os estudos mostraram que a mortalidade nessa faixa etária é decorrente associada a doenças subjacentes. Conclusão: A melhoria das técnicas cirúrgicas e de cuidados intensivos e a criação de medicamentos e vacinas redefiniram as principais complicações e as taxas de mortalidade da traqueostomia em crianças.
ASSUNTO(S)
traqueostomia criança mortalidade complicação
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