Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade e o Funcionamento Familiar

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

25/03/2009

RESUMO

O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDA/H) é um dos transtornos mentais mais comuns na infância e adolescência levando a uma série de problemas escolares e sociais. Estudos indicam que a estrutura e o funcionamento da família influenciam o surgimento de sintomas ou a sua perpetuação. Objetivos: Estudar as associações entre a estrutura familiar e os sintomas de Transtorno do Déficit de Atenção- Hiperatividade e examinar a confiabilidade do instrumento de avaliação das relações familiares (EFE - Entrevista Familiar Estruturada; Feres- Carneiro, 1983). Método: Estudo caso-controle com amostra pareada realizado com 10 famílias de crianças (7 a 12 anos) que freqüentaram ambulatório especializado por apresentarem Transtorno do Déficit de Atenção (TDAH) e 10 famílias de crianças que não apresentaram o déficit. Estas foram identificadas nas escolas e salas de aula das crianças com déficit. Para o diagnóstico de TDAH as crianças foram examinadas com testes neuropsicológicos na sua capacidade de atenção (Conners Continuous Performance Test), flexibilidade mental (Wisconsin Card Sorting Test-WCST), memória operacional (Teste Dígitos, Teste Blocos de Corsi), capacidade intelectual e habilidades específicas (WISC III). O comportamento foi avaliado através da Escala de avaliação do Comportamento Infantil para o Professor (EACIP). A avaliação do funcionamento familiar foi feita por meio de duas escalas: Entrevista Familiar Estruturada (Feres- Carneiro, 1983) e Escala de Ambiente Familiar (Moos &Moos, 1986). As diferenças entre as médias de estruturação da família nos grupos com e sem TDAH foram testadas com o teste t-student para amostras pareadas. A análise de confiabilidade da Escala Entrevista Familiar Estrururada (EFE) foi feita em três etapas: análise de consistência interna (alfa de Cronbach) para o conjunto das avaliações dos entrevistadores e dos observadores, alfa de Cronback depois de excluídas cada uma das questões, análise de correlação item-total e o coeficiente de correlação intraclasse. Resultados: As famílias controle obtiveram médias maiores do que as famílias caso em todos os itens da escala Entrevista Familiar Estruturada (EFE). Na Escala de Ambiente Familiar (FES) as famílias controle também obtiveram médias maiores nas dimensões: coesão, realização, organização, expressividade e independência. Apenas na dimensão de conflitos as famílias caso apresentaram melhor desempenho. No estudo de confiabilidade da Escala Entrevista Familiar Estruturada (EFE) o coeficiente de correlação intra-classe do escore total da escala foi de 0.98, consistência interna medida pelo Alfa de Cronbach igual a 0.98 e correlações item-total acima de 0.84, mostrando um grau de concordância alto. Conclusão: A Escala Entrevista Familiar Estruturada (EFE) mostrou um desempenho bom tanto em relação a sua consistência interna quanto nas correlações item-total. As famílias de portadores de TDA/H apresentaram deficiências na sua estruturação o que pode ter sérias implicações na promoção de saúde emocional da criança e de seus membros.

ASSUNTO(S)

transtorno do déficit de atenção/hiperatividade funcionamento familiar criança psiquiatria deficit hyperactivity disorder family functioning children

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