Transtorno de ansiedade generalizada em jovens de 18 a 24 anos : prevalência, fatores associados, comorbidades e impacto na qualidade de vida

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

A presente tese expõe três estudos referentes a aspectos epidemiológicos do transtorno de ansiedade generalizada (TAG). O primeiro estudo trata de uma revisão sistemática de literatura científica a respeito da prevalência do transtorno de ansiedade generalizada e seus fatores associados. A revisão dos artigos foi realizada nas bases de dados eletrônicas PUBMED, SCIELO, LILACS e ISI WEB OF SCIENCE através da estratégia: #1 "generalized anxiety disorder"; AND #2 "prevalence" OR "incidence" OR "cross-sectional" OR "cohort" OR "longitudinal" AND #3 "general population" OR "population-based" OR "community-based" OR "non-clinic". Como resultado, o sexo feminino, a faixa etária entre 30 e 59 anos, o baixo nível sócio econômico e não viver com companheiro mostram-se associados ao Transtorno de Ansiedade Generalizada. Os dados de prevalência do TAG apresentam diferenças e oscilações que podem refletir diferentes critérios e instrumentos de avaliação, bem como fatores socioculturais dos locais de realização dos estudos. Posteriormente, a teste contempla dois estudos empíricos. No primeiro, apresenta estudo epidemiológico sobre o TAG em uma etapa fundamental do ciclo vital (18 a 24 anos). Seus objetivos foram avaliar a prevalência do TAG, seus fatores associados e comorbidades mais comuns. Investigação transversal de base populacional com jovens de 18 a 24 anos de idade residentes na zona urbana de Pelotas, Rio Grande do Sul (Brasil), realizado no período de novembro de 2007 a junho de 2009. A seleção amostral foi realizada por conglomerados e contou com a participação de 1621 indivíduos. As comorbidades mais encontradas foram com episódio depressivo maior e agorafobia. Após a análise ajustada, o sexo feminino (RP 1,89 IC95% 1,32 a 2,71), o nível socioeconômico D ou E (RP 2,02 IC95% 1,25 a 3,28), a presença de alguma doença importante (RP 2,49 IC95% 1,69 a 3,69), fazer ou ter feito tratamento psicológico e/ou psiquiátrico (RP 2,75 IC95% 1,85 a 4,09), o histórico familiar de transtorno psiquiátrico (RP 1,87 IC95% 1,33 a 2,63), o consumo de tabaco (RP1,90 IC95% 1,35 a 2,68) e drogas ilícitas (RP 2,62 IC95% 1,74 a 3,94) nos últimos três meses estiveram significativamente associados ao TAG. No que se refere à qualidade de vida, os escores dos oito domínios de qualidade de vida no TAG foram significativamente inferiores na comparação com indivíduos sem transtornos psiquiátricos. Posteriormente, o terceiro estudo, visou avaliar o impacto do TAG nos níveis de qualidade de vida destes jovens. Os jovens com TAG apresentaram escores de qualidade de vida que não diferem de indivíduos com outro(s) transtorno(s) psiquiátrico(s) na maioria dos domínios. O TAG puro apresenta prejuízo significativo nos domínios Vitalidade, Funcionamento social, aspecto emocional e Saúde mental quando comparado com a população sem transtornos psiquiátricos. Não houve diferença significativa dos escores de qualidade de vida entre indivíduos que apresentam o TAG com comorbidade de transtornos de humor e jovens diagnosticados com TAG e outro(s) transtorno(s) ansioso(s). Conclui-se que o TAG atinge uma proporção considerável de jovens e, para a maioria destes, existe a comorbidade de transtornos psiquiátricos, assim como apresenta prejuízo significativo na qualidade de vida de jovens, independente da presença de comorbidades.

ASSUNTO(S)

psicologia psicologia clÍnica transtornos mentais ansiedade qualidade de vida psicologia

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