Transplante hepático na hepatite delta: experiência da América do Sul
AUTOR(ES)
LIMA, Daniel Souza, MURAD JÚNIOR, Abdon José, BARREIRA, Márcio Alencar, FERNANDES, Guilherme Cardoso, COELHO, Gustavo Rego, GARCIA, José Huygens Parente
FONTE
Arq. Gastroenterol.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2018-03
RESUMO
RESUMO CONTEXTO: A região Amazônica é uma das principais áreas endêmicas da hepatite delta no mundo e a única relacionada com a presença do genótipo 3 do vírus delta. OBJETIVO: Analisar o perfil, mortalidade e sobrevida dos pacientes cirróticos submetidos a transplante hepático por hepatite crônica pelo vírus delta e comparar com os transplantados pela monoinfecção do vírus da hepatite B. MÉTODOS: Estudo retrospectivo, observacional e descritivo. Entre maio de 2002 a dezembro de 2011, foram realizados 629 transplantes de fígado no Hospital Universitário Walter Cantídio, dos quais 29 pacientes foram transplantados por cirrose causada pela infecção crônica do vírus delta e 40 pela monoinfecção crônica da hepatite B. As variáveis analisadas foram: origem, idade, sexo, escore de MELD, classificação de Child-Pugh, ocorrência de hemorragia digestiva alta e carcinoma hepatocelular antes do transplante, número de plaquetas perioperatória, mortalidade e sobrevida. RESULTADOS: O Grupo Delta foi mais jovem e todos oriundos da região Amazônica Brasileira. O Grupo B apresentou maior proporção de pacientes do sexo masculino (92,5%) em relação ao Grupo D (58,6%). A ocorrência de hemorragia digestiva alta antes do transplante, escore de MELD e classificação de Child-Pugh não obtiveram diferenças estatísticas entre os grupos. A ocorrência de carcinoma hepatocelular e a mortalidade foram maiores no grupo com hepatite B. A sobrevida em 4 anos foi de 95% no Grupo delta e 75% no Grupo B com diferença estatisticamente significante (P=0,034). Pacientes com hepatite delta, apresentaram mais acentuada plaquetopenia no pré-transplante e no pós-operatório imediato. CONCLUSÃO: Os pacientes com hepatite por vírus delta submetidos ao transplante hepático eram predominantemente homens, vindos da região da Amazônia brasileira e com função hepática semelhante a dos pacientes com vírus da hepatite B. Apresentavam menor incidência de carcinoma hepatocelular, níveis de trombocitopenia perioperatória mais acentuados e episódios frequentes de hemorragia digestiva alta. Os pacientes com hepatite por vírus delta apresentaram menor mortalidade e maior sobrevida que os pacientes com vírus da hepatite B.
ASSUNTO(S)
vírus delta da hepatite hepatite b crônica cirrose hepatica transplante de fígado
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