Transições no mercado de trabalho brasileiro e os efeitos imediatos da crise econômica dos anos 2010*

AUTOR(ES)
FONTE

Econ. soc.

DATA DE PUBLICAÇÃO

29/08/2019

RESUMO

Resumo O presente trabalho analisa as transições e o perfil dos indivíduos no mercado de trabalho das principais regiões metropolitanas brasileiras, considerando os estados de ocupado, desocupado e inativo. As informações básicas são da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), para o período compreendido de 2002 até 2015, permitindo verificar o comportamento das transições no mercado de trabalho brasileiro em diferentes fases do ciclo econômico. Os resultados apresentados evidenciam que as chances de transições ao longo desse período são afetadas pelas características individuais, fazendo com que determinados grupos sejam muito mais (menos) desfavorecidos (favorecidos) nas fases recessivas (expansivas) do que outros. As estimativas sugerem que os indivíduos da cor preta, em especial os do sexo feminino, são os mais atingidos em um contexto de crise de emprego, deixando espaço para a discussão da necessidade de se estruturar alguma política pública capaz de atenuar este efeito. Mostra-se ainda que após um longo período, de 2002 a 2014, no qual se observou elevação das chances de os indivíduos permanecerem empregados, o ano de 2015 marcou o agravamento da crise econômica sobre o mercado de trabalho, com queda na transição para ocupação e dilatação do tempo na desocupação.Abstract This paper analyzes the transitions and profile of individuals in the labor market in the main Brazilian metropolitan regions, considering the statuses of occupied, unemployed and inactive. The basic information is from the Monthly Employment Survey (PME), from the period 2002 to 2015, making it possible to verify the behavior of the transitions in the Brazilian labor market at different phases of the economic cycle. The results show that the chances of transitions along this cycle are affected by individual characteristics, making certain groups much more (less) disadvantaged (favored) in the recessive (expansive) phases than others. Estimates suggest that blacks, especially females, are the most affected in a context of employment crisis, thus requiring a discussion on the need to structure public policy capable of mitigating this effect. It is also shown that after a long period, from 2002 to 2014, in which there was an increase in the chances of individuals remaining employed, 2015 marked the worsening of the economic crisis and the resultant impact on the labor market, with a decrease in the transition to employment and dilation of time in unemployment.

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