Transformação de fósforo em camas de aviário e em Latossolo tratado com cama de aviário avaliadas por meio de 31P-RMN e fracionamento químico
AUTOR(ES)
Souza, César Roriz de, Ghosh, Amlan Kumar, Silva, Ivo Ribeiro da, Alvarenga, Elson Santiago de, Novais, Roberto Ferreira, Jesus, Guilherme Luiz de
FONTE
Rev. Bras. Ciênc. Solo
DATA DE PUBLICAÇÃO
2012-11
RESUMO
A avicultura intensiva tem se expandido bastante nos últimos anos no Brasil e, com isso, gerado grandes quantidades de cama de aviário. Esses materiais contêm quantidades substanciais de fósforo (P) - nutriente altamente limitante ao crescimento de plantas nos solos mais intemperizados, mas que pode causar impactos ambientais negativos se inadequadamente manejado. A fim de melhor subsidiar o uso mais sustentável desses materiais orgânicos, o presente trabalho teve como objetivo avaliar as formas e as transformações de P de camas de aviário obtidas com cinco diferentes materiais de forração do piso: casca de café, maravalha, casca de arroz, sabugo de milho triturado e capim-napier triturado. As camas de aviário foram incubadas por 43 dias, e as mudanças nas frações de P foram avaliadas por meio de espectroscopia de 31P RMN. Na média das cinco camas de aviário, 19,8 % do P total nos extratos encontrava-se na forma orgânica e 48 % do P dos compostos orgânicos foi mineralizado durante os 43 dias de incubação. Foi observada grande variação na mineralização desse nutriente entre as camas de aviário, de 4 % na cama de capim-napier até 82 % na cama de maravalha. Com exceção da cama de casca de café, os fostatos diéster foram quase totalmente mineralizados em todas as demais camas de aviário durante o período de incubação. O ortofofato inorgânico (99,9 %) e o pirofosfato (0,1 %) foram as únicas formas de P inorgânico detectadas, enquanto o P orgânico era composto por monoéster fosfatos (76,3 %) e diéster fosfatos (23,7 %). A contribuição do pirofosfato, menor que 0,5 %, permaneceu inalterada durante o período de incubação. A cama de maravalha apresentou a maior proporção de P na forma orgânica (40 %) e maior relação P diéster:P monoéster, resultando em rápida mineralização nos primeiros 15 dias de incubação, com estabilização a partir de 29 dias. Quando as camas de aviário foram incubadas com solo (Latossolo Vermelho-Amarelo), foram observados, na mineralização, distintos comportamentos entre elas. O decréscimo da fração de P em compostos orgânicos (Po) aplicados ao solo seguiu a ordem: casca de café (45 %) > sabugo de milho (25 %) > casca de arroz (13 %) ≈ capim-napier (12 %) > maravalha (5 %). Ao longo do período de incubação, foram observados incrementos no P inorgânico (Pi). A incubação da cama de casca de arroz com o solo reduziu a taxa de mineralização do seu Po. Portanto, a aplicação de cama de aviário em solos argilosos mais intemperizados pode ser uma alternativa segura de disposição e ciclagem das camas de aviário. No entanto, aplicações repetidas de doses elevadas de camas de aviário devem ser monitoradas para avaliar o risco de eutroficação de corpos de água devido ao P.
ASSUNTO(S)
pirofosfatos fósforo orgânico fracionamento do p materiais de forração
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