TransformaÃÃes da linguagem: crÃtica e afirmaÃÃo no discurso de Nietzsche / Transformations of language: critique and affirmation in discourse of Nietzsche
AUTOR(ES)
Alexander GonÃalves
DATA DE PUBLICAÇÃO
2010
RESUMO
Num Ãmbito especÃfico, o escopo do presente trabalho consiste em demonstrar e defender a hipÃtese de que, demoliÃÃo e criaÃÃo, ou seja, crÃtica e afirmaÃÃo sÃo aspectos antagÃnicos e, ao mesmo tempo, complementares no discurso de Nietzsche, logo fundamentais para a constituiÃÃo de um projeto filosÃfico afirmativo inclinado ao âtornar-se o que se Ãâ. Num Ãmbito geral, nosso objetivo serà analisar a questÃo da linguagem na obra de Nietzsche sob a Ãtica das âtrÃs transformaÃÃes do espÃritoâ, defendendo a idÃia de que, no que tange à questÃo da linguagem, nÃo podemos encontrar nos textos nietzschianos qualquer indÃcio de uma âteoria nietzschiana da linguagemâ, assim, o que temos sÃo transformaÃÃes da linguagem. Para Nietzsche, a constituiÃÃo de uma metafÃsica da linguagem foi um passo decisivo para que o animal homem pudesse construir um âmundo verdadeiroâ (wahre Welt), e com ele um âmundo aparenteâ (scheinbare Welt), em contradiÃÃo (Widerspruch) com o âmundo efetivoâ (wirklichen Welt). Neste sentido, a crÃtica nietzschiana da linguagem â primeiramente sob uma Ãtica retÃrica, e, posteriormente, nos domÃnios de sua psico-fisiologia â procurou desarticular os pressupostos metafÃsicos que desde a origem do pensamento ocidental deram suporte Ãs narrativas de âmundos verdadeirosâ e âaparentesâ. No entanto, apÃs a demoliÃÃo da metafÃsica da linguagem nos deparamos com a seguinte questÃo, como ainda à possÃvel filosofar? De fato, a abordagem crÃtica dos primeiros escritos por se encontrar estritamente no Ãmbito da negaÃÃo parece nÃo dar conta de escapar a esse questionamento, para o qual foi necessÃrio ultrapassÃ-la rumo à elaboraÃÃo de uma filosofia afirmativa. Neste sentido, a linguagem à tomada por Nietzsche como um organismo responsÃvel por comunicar o âsi-mesmoâ, ao mesmo tempo em que à vislumbrada como uma terapÃutica, uma vez que, sendo expressÃo de um estado interior, ela nÃo exige do leitor a postura altruÃsta de perda de âsi-mesmoâ e acolhimento do prÃximo na escrita â o que indicaria, segundo o filÃsofo, a degenerescÃncia da vida. Pelo contrÃrio, ela pretende realizar no leitor um saudÃvel egoÃsmo, uma vigorosa liberdade necessÃria à sua perene busca de si mesmo. Por fim, constatamos que, quando avaliado sob o critÃrio da transformaÃÃo, a questÃo nietzschiana da linguagem revela o antagonismo necessÃrio entre a vertente crÃtica e afirmativa de sua filosofia, sem a qual certamente seria impossÃvel escrever âlivros tÃo bonsâ.
ASSUNTO(S)
metafÃsica linguagem (filosofia) transformaÃÃo crÃtica afirmaÃÃo language transformation critique affirmation filosofia filosofia alemà nietzsche, friedrich wilhelm,1844-1900 - critica e interpretaÃÃo linguagem e lÃnguas
ACESSO AO ARTIGO
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