Transferencia "in vitro" de colesteril-oleato entre as lipoproteinas plasmaticas de alta e baixa densidade mediada pela proteina de transferencia de ester de colesterol : efeitos de modificações quimicas nas lipoproteinas de baixa densidade

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1997

RESUMO

O transporte reverso de colesterol é um dos mecanismos que podem explicar a relação inversa entre os níveis plasmáticos de lipoproteínas de alta densidade (HDL) e a incidência de doença aterosclerótica no homem. Por esse processo, o colesterol dos tecidos periféricos, inclusive da parede arterial, é removido das membranas celulares pelas HDL, esterificado pela lecitina colesterol-aciltransferase e, posteriormente, captado pelo figado (transporte reverso direto de colesterol). O colesterol celular também é removido por via indireta, ou seja, pela transferência do-colesterol esterificado das HDL para as lipoproteínas que contém apo B (lipoproteínas de muito baixa e baixa densidade, respectivamente VLDL e LDL) as quais são captadas por receptores específicos hepáticos. Essa etapa é mediada pela proteína de transferência de éster de colesterol.(CETP). As lipoproteínas de baixa densidade são quantitativamente as maIS importantes lipoproteínas carreadoras de colesterol. Elas estão positivamente associadas ao desenvolvimento da aterosclerose e, desta forma, altas concentrações de LDL plasmáticas e/ou modificações químicas destas lipoproteínas, como a oxidação, são condições relacionadas diretamente ao aumento da incidência da doença aterosclerótica. Com o objetivo de avaliar a atividade da CETP frente a modificações químicas induzi das artificialmente nas LDL, foram feitos experimentos de medida de transferência de éster de colesterol radioativamente marcado entre as lipoproteínas. Lipoproteínas obtidas a partir de "pool" de plasma de indivíduos nonnais, foram modificadas "in vitro" por acetilação ou oxidação e foram incubadas com HDL2 e HDL3 previamente marcadas com éster de colesterol radioativo, na presença de CETP contida na fração do plasma de d>1,21g1rnL. Após vários períodos de incubação, as lipoproteínas foram reisoladas por precipitação das LDL com sulfato de dextrana/MgCh e a radioatividade medida no sobrenadante. Os resultados obtidos mostraram diminuição média significativa na transferência de éster de colesterol das subpopulações de HDL (HDL2 e HDL3 em conjunto) para as LDL modificadas por acetilação (p=O,OOOI) ou por oxidação (p=O,OO88), quando comparadas às respectivas LDL normais. A diminuição encontrada na porcentagem de transferência das HDL para a LDL acetilada foi de 1,8 vezes e para a LDL oxidada foi de 1,5 vezes em relação às respectivas LDL normais. A via inversa, ou seja,. transporte de éter de colesterol da LDL oxidada para as subpopulações de HDL, apresentou um aumento médio significativo (p=O,OOO5) de cerca de 2 vezes, quando comparado à LDL normal. A diminuição da transferência de colesterol esterificado (CO) das HDL para as LDL modificadas contribui para que estas lipoproteínas aterogênicas ganhem menos colesterol do que as LDL não modificadas. Por outro lado, a maior transferência de colesteril-oleato das LDL oxidadas para as HDL, resulta na redistribuição do colesterol oxidado para uma fração lipoprotéica antiaterogênica. Como o destino metabólico das LDL modificadas é a captação por macrófagos na parede arterial (ateroma) e o das LDL e das HDL normais é o hepatócito (excreção de colesterol do corpo), os resultados mostraram que a CETP favoreceu a redistribuição do colesterol plasmático para as lipoproteínas íntegras, antiaterogênicas, indicando um possível papel antiaterogênico da CETP o que também foi recentemente descrito em um estudo populacional

ASSUNTO(S)

esteres arteriosclerose lipoproteinas colesterol

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