Transdisciplinaridade e antropoformação: sua importância nas pesquisas em saúde

AUTOR(ES)
FONTE

Saúde e Sociedade

DATA DE PUBLICAÇÃO

2005-12

RESUMO

Além das normas de referência provenientes das estatísticas - quando comportamentos da pessoa a ser cuidada ou educada devem ser levados em conta de maneira singular - o posicionamento dos cuidadores é dificultado entre imperativos oriundos de modelos normativos que se referem à doença e não levam em conta os doentes de um lado e, do outro lado, a evidência de dever considerar as particularidades próprias a cada sujeito que se acompanha e que interferem, necessariamente, sobre a saúde pelos comportamentos mas que são fonte de complexidade, portanto difícil de tratar. A transdisciplinaridade convida ao imperativo de mudança paradigmática e de um caminho de dupla face, com essa bipartição não podendo jamais distinguir- se totalmente. Ela se aproxima por um lado - o que corresponde a sua definição clássica - de uma epistemologia que apontaria para a importância nova das fronteiras disciplinares, das zonas imprecisas, não acessíveis aos fechamentos clássicos que definem os objetos disciplinares. Mas ela impõe, por outro lado, a construção de nova epistemologia do sujeito e que participa sempre, de uma maneira ou de outra, da observação pela sua interação mais ou menos forte com o objeto, o que definimos pelo neologismo "antropoformação". Pela mudança que opera, ela permite oferecer, ao mesmo tempo, uma atitude para religar os saberes disciplinares entre eles e uma capacidade de integração do sujeito, sua indisciplina e suas interações. Ela conduz para uma fenomenologia da saúde associando os modos de ser aos modos de compreender. O texto visa a precisar, no campo da saúde, os diferentes pontos levantados por essa mudança paradigmática.

ASSUNTO(S)

saúde global paradigma transdisciplinaridade antropoformação complexidade paradoxo

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