Trajetórias profissionais, história e subjetividade: a produção de sentidos no serviço social

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

O objeto desta investigação consiste na busca da explicitação, apreensão e compreensão acerca dos sentidos produzidos pelos assistentes sociais relativamente ao próprio Serviço Social. Desta forma, destaca-se o estudo e pesquisa no campo da subjetividade dos agentes profissionais, verificando-se o processo de constituição dos sujeitos profissionais a partir dos anos 1960 até o início do século XXI. O enfoque recai sobre o sujeito individual perspectivado, ele próprio, como produção social e histórica. Os fundamentos teóricos para a abordagem do sujeito individual estão alicerçados no estudo da obra marxiana, onde apreendemos como produção social e histórica, portanto, ontológica, o conjunto das atividades desenvolvidas pelo homem em relação ao mundo natural e, a partir daí, em relação ao mundo humano-social por ele criado. Por conseguinte, a base de instauração do verdadeiramente humano consiste no trabalho. Quanto à subjetividade, a base teórica desta investigação fundamentação em Vygotsky. A pesquisa efetivou-se a partir da metodologia da História Oral, metodologia que favorece a apreensão dos significados sociais que possibilitam a construção do sentido no plano da singularidade. Desta forma, a metodologia de pesquisa aproxima-se da teoria vytotskyana, que entende que os processos subjetivos são mediados pela linguagem. A pesquisa foi realizada com assistentes sociais considerados, após estudos preliminares, como sujeitos significativos para esta pesquisa, sendo escolhidos entre os profissionais homenageados pela Primeira Série Histórica realizada pelo Conselho Regional de Serviço Social CRESS 9. Região , em 2001. A investigação realizada traz elementos que demonstram que os sentidos produzidos pelos sujeitos da pesquisa, somente podem ser apreendidos se levarmos em consideração, além dos âmbitos cognitivo e prático objetivação e exteriorização dos sujeitos , o âmbito da afetividade, pois que esta se constitui na expressão primeira que faz os sujeitos sensibilizarem-se diante da realidade social própria à sociabilidade do capital: a produção da pobreza material e espiritual e seu corolário de dominação e opressão das classes sociais subalternizadas. Igualmente, a pesquisa realizada permite afirmar, que tal como propõe Vygotsky, as esferas da afetividade, atividade e consciência se interfuncionalizam, gerando um processo de mútuas relações e mudanças no campo da subjetividade. É possível afirmar, ainda, que os sujeitos da pesquisa mostram-nos que seu processo de subjetivação ocorre num processo de superação da cotidianidade, alçando-se ao nível humano-genérico, tendo como base de sustentação para tal afirmação o fato de que sua subjetividade é a expressão de sujeitos que se constituem a partir de atividades, consciência e afetividade ético-política. O Serviço Social, por conseguinte, é investido de sentidos que, variando entre a proposição clara de reforma da sociabilidade do capital e a sua superação, pela transformação desta sociabilidade numa sociedade socialista/comunista, expressam-se sempre como comprometimento com as classes sociais subalternas, seja como construção de intervenções que atuem no campo da pobreza e de outras expressões da questão social, seja como construção de intervenções que se direcionam para a constituição de uma sociedade na plenitude da justiça, resultante da emancipação do gênero humano da alienação e reificação a que estão sujeitas na sociedade do capital

ASSUNTO(S)

serviço social subjetividade social service subjectivity servico social assistentes sociais

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