Trajetórias de jovens em processo de inserção profissional do Curso Técnico em Eletrotécnica e Curso Técnico em Química na Escola Estadual Técnica São João Batista - Montenegro/RS, no período de 2001 a 2004

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Esta Dissertação é o resultado de um abrangente estudo com o qual objetivo compreender a complexidade dos (des)caminhos nas trajetórias de jovens em processo de inserção profissional do Curso Técnico em Eletrotécnica e Curso Técnico em Química, na Escola Estadual Técnica São João Batista – Montenegro/RS, no período de 2001 a 2004. Desvelar estas complexas trajetórias de inserção profissional, sustentada nos autores com os quais neste texto dialogo, constitui o foco central do meu percurso investigatório, porque é um ponto de partida para a possibilidade de intervenção à mudança. A historicidade (tempo-espaço) perpassa a revisão teórica e a análise da realidade. Focalizo o homem, um sujeito circunscrito por ideologias/crenças engendradas por seu contexto sócio-econômico-cultural, o seu habitus, segundo Pierre Bourdieu. Essas referências sustentam a pesquisa empírica – qualitativa, quando um olhar aguçado nas trajetórias familiares e pessoais de escolaridade e ocupações profissionais resultam em Discursos de Sujeitos Coletivos (orientados por Lefèvre, F. e Lefèvre, A. M. C., 2003). A análise desses discursos viabilizam a demarcação de identidades, geradas em suas histórias de vida; bem como, demarcam preconceitos e obstáculos diversos provocadores de descontinuidades. Acolho as deduções de Guimarães (2004) ao identificar padrões de mobilidade da coorte de trabalhadores demitidos da indústria petroquímica, e defino três padrões de trajetórias de inserção. Concluo que as trajetórias de reconversão do Grupo Laranja e as trajetórias de exclusão do Grupo Azul estão na contramão da formação técnica, que é perseguida nas trajetórias de permanência pelo Grupo Verde. E a escola, ignorando o colorido em sua volta, lida com a pedagogia como se o mundo fosse monocromático, e tudo permanece como está. Embora a Constituição Federativa do Brasil legisle que não pode existir a divisão sexual do trabalho, constato no campo factual trajetórias de inserção profissional condicionadas por preconceito de gênero. Por fim, tomo de Peralva (1997) a conclusão de que as idades da vida não são fenômenos naturais, e sim, sociais e históricos, e são plurais. O que é escrito em determinada idade pelo sujeito, está condicionado pelo seu padrão identitário. A história não é estática, é movimento; por isso mesmo, não são imutáveis os habitus pelos quais transitam os sujeitos. As cores definem identidades e os sujeitos podem transitar entre elas. Esses resultados elucidam os (des)caminhos nas trajetórias dos jovens no seu processo de inserção profissional nos Cursos Técnicos do SJB, indicam a influência do contexto sócio-econômico-cultural e rompem com as promessas anunciadas pela Teoria do Capital Humano. As deduções suscitam novos questionamentos que marcam a incompletude do meu próprio percurso. Um convite à continuidade...

ASSUNTO(S)

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