Trajetória do crime: Caminhos E Descaminhos De Jovens Infratores Belo Horizonte (Regional Metropolitana De Belo Horizonte/Rmbh)
AUTOR(ES)
Maria Helena Rocha
DATA DE PUBLICAÇÃO
2011
RESUMO
Esta pesquisa teve por propósito discutir analiticamente, a partir do modelo de Sampson e Laub (1993, 2003), o momento inaugural da trajetória do crime normalmente ocorrido ao final da infância ou início da adolescência, mais expressivamente entre os 13-14 anos e identificar qual a projeção dessas ações e incursões delituosas na história de vida de cada ator, entremeada de fatores intervenientes dos contextos social, cultural e político. Esta trajetória, que em certos momentos aparece como fonte delatora das marcas desagregadoras do modelo social padrão, decorre muitas vezes de uma nova forma de sociabilidade pautada no individualismo, no esvaziamento da alteridade, na ausência de referências identificatórias e no enfraquecimento dos laços sociais e está associada à violência e ao crime, responsável pelo medo e insegurança da população. A indevida criminalização da pobreza tem impedido a compreensão de que violência não é um atributo local ou de classe, mas sim um fenômeno que se estende a todas as camadas da sociedade. Nesse sentido, através de uma abordagem qualitativa que utiliza como método a análise de conteúdo dos autorrelatos e anotações de prontuários, realizou-se pesquisa empírica com vinte acautelados sob o regime de Medida Socioeducativa (MSE) por tempo indeterminado, junto ao Centro Socioeducativo Santa Clara (CSESC), em Belo Horizonte, Minas Gerais. Para analisar os significados que os jovens investigados imprimem à sua trajetória de violência, os dados levantados foram organizados em dois eixos temáticos: o primeiro, localização física e socioeconômica na abrangência de 16 categorias, e o segundo constituído da trajetória de vida e da trajetória do crime sob o aporte de 9 categorias. Desta análise ressaltam-se características da condição juvenil que unifica e expõe aos conflitos os jovens pesquisados, demonstrando-se que a condição de sua trajetória repercute, distintivamente, no desenho de seu lugar social.
ASSUNTO(S)
sociologia teses. violência belo horizonte (mg) teses. adolescentes e violência teses.
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8GJQ8WDocumentos Relacionados
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