Tradução, adaptação cultural e validação da Patient - Practitioner Orientation Scale (PPOS) para a língua portuguesa do Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

29/02/2012

RESUMO

A reorientação do modelo assistencial que assegure o cumprimento das Diretrizes Curriculares Nacionais, por meio de prática médica centrada no paciente e comportamento médico flexível conforme as preferências dos pacientes, requer uma avaliação da atitude dos estudantes de medicina, médicos e pacientes por meio de instrumentos válidos e confiáveis. O presente estudo teve como objetivo traduzir, adaptar culturalmente e validar a Patient-Practitioner Orientation Scale (PPOS) para a língua portuguesa do Brasil. A PPOS, instrumento que avalia a atitude individual quanto a práticas centradas no médico e na doença ou no paciente, foi traduzida conforme normas internacionais. As duas traduções, a retrotradução e as observações do autor da escala foram avaliadas por cinco revisores por meio da utilização da técnica Delphi, para obtenção da versão pré-final da Escala de Orientação Médico-Paciente (EOMP). A versão pré-final da EOMP foi avaliada novamente pelo autor e pré-testada em 37 participantes (12 médicos residentes, 13 estudantes de medicina e 12 pacientes). Os resultados do pré-teste foram avaliados por três avaliadores médicos e dois coordenadores finalizando a versão final da tradução da PPOS na EOMP, a qual foi aprovada pelo autor e coordenador de linguagem. A versão final da escala foi autoaplicada a 360 participantes (120 médicos residentes, 120 estudantes de medicina e 120 pacientes) e os dados submetidos aos testes de qualidade dos dados (dados perdidos, efeitos piso e teto), confiabilidade teste-reteste (coeficiente de correlação intraclasse), confiabilidade da consistência interna (coeficiente alfa Cronbach) e validade de construto por meio da análise fatorial exploratória (análise dos componentes principais, extração de dois fatores, rotação Oblimin e critério de Kaiser) e confirmatória (método da máxima verossimilhança e índices de ajustamento do modelo: χ2/df, RMSEA, SRMR, GFI, AGFI, NNFI e CFI). Na etapa de revisores independentes (técnica Delphi), apenas dois itens (04 e 17) não atingiram o consenso mínimo de 80% de concordância entre os revisores ou estabilidade das respostas através das rodadas. No pré-teste, sete itens (38,9%) foram modificados de acordo com os critérios pré-estabelecidos. A taxa de dados perdidos foi de 0,28%. O efeito piso foi detectado na maioria dos itens respondidos pelos pacientes e o efeito teto pelos residentes, estudantes e pacientes. A confiabilidade verificada pela consistência interna (α Cronbach=0,605) e do teste re-teste (coeficiente de correlação intraclasse=0,670) foi considerada adequada. Na análise fatorial exploratória, a análise dos componentes principais com a presença de dois fatores demonstrou que um item (item 09) não apresentou carga fatorial maior que 0,3, outro (item 15) foi considerado fatorialmente complexo e dois (itens 02 e 14) foram inconsistentes com os fatores considerados a priori. A análise fatorial confirmatória forneceu um ajuste aceitável com as variáveis observadas (X2/df = 2,33; GFI= 0,91; AGFI= 0,89; CFI= 0,84; NFI= 0,75; NNFI= 0,81; RMSEA= 0,062 (p= 0,016) e SRMR= 0,065). Os resultados demonstram que a EOMP possui adequada confiabilidade e aceitável validade. Essa escala pode ser útil na avaliação, no Brasil, das atitudes dos médicos, estudantes de medicina e pacientes.

ASSUNTO(S)

relações médico-paciente estudos de validação educação médica ciencias da saude médico e paciente educação médica physician-patient relationship validation studies medical education ciências médicas

Documentos Relacionados