Trabalho livre no Brasil Imperial: o caso dos caixeiros de comÃrcio na Ãpoca da InsurreiÃÃo Praieira

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

A presente dissertaÃÃo aborda o tema do trabalho livre em Pernambuco. A sua anÃlise està centrada principalmente nas manifestaÃÃes de rua chamadas de matamarinheiros, ocorridas no Recife nos anos que antecederam a eclosÃo da InsurreiÃÃo Praieira. O alvo principal dos manifestantes era a comunidade portuguesa residente na cidade. Nessa Ãpoca, trabalhadores nacionais e estrangeiros, na sua maioria portugueses, concorriam numa acirrada disputa pelas oportunidades de emprego no mercado de trabalho. Dessa concorrÃncia entre nacionais (livres e libertos pobres) e estrangeiros (pequenos comerciantes e caixeiros de parcos recursos), pelo comÃrcio da cidade e pelas oportunidades de empregos disponÃveis nos estabelecimentos comerciais, afloraram rivalidades raciais e tensÃes sociais de toda ordem. Em um dos mais intensos mata-marinheiros ocorridos na cidade, entre os dias 26 e 27 de junho de 1848, vÃrios manifestantes chegaram mesmo a propor a AssemblÃia Legislativa Provincial que fizesse passar uma lei nÃo sà para nacionalizar o comÃrcio a retalho, como tambÃm para expulsar os portugueses solteiros residentes na provÃncia. O intuito era vedar aos lusitanos nÃo sà o emprego de caixeiro de comÃrcio, mas tambÃm a propriedade das casas de comÃrcio a varejo. O acirramento do antilusitanismo nos anos de 1840 em Pernambuco tem estreita ligaÃÃo com a disputa entre Praieiros e Conservadores pelo poder na provÃncia. Isso està registrado em alguns documentos de Ãpoca. Segundo eles, os promotores desses distÃrbios (a âpopulaÃa do Recifeâ) nÃo agiam com total independÃncia, mas estariam subordinados a um grupo dirigente, formado por algumas lideranÃas do Partido Praieiro e por parte de uma facÃÃo liberal alijada do poder na provÃncia. Dessa forma, essas mobilizaÃÃes de rua foram vistas apenas como fruto do clientelismo urbano. Contudo, tais reivindicaÃÃes iam mais alÃm; afinal, o que parecia orientar de forma decisiva a luta social da âpopulaÃa do Recifeâ era a sobrevivÃncia diÃria, em que os poucos empregos disponÃveis no meio urbano eram ocupados na sua maioria por trabalhadores portugueses

ASSUNTO(S)

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