Trabalho e subjetividade : uma análise das condições de trabalho na indústria automobilística brasileira
AUTOR(ES)
Christiane Cecília Rizzatto Alfredo
DATA DE PUBLICAÇÃO
2006
RESUMO
O capitalismo busca a autovalorização do capital através da produção. Para tanto, o capital cria e recria condições favoráveis para valorizar-se e isso atribui particularidades à sociedade capitalista contemporânea, influenciando, portanto, a categoria trabalho. Com o objetivo de analisar as condições de trabalho impostas ao operário pelo capital atualmente, utilizamos como objeto de estudo a indústria automobilística brasileira. Este setor industrial foi precursor no emprego das técnicas gerenciais de produção: antes tayloristas, depois fordistas e agora toyotistas. O intento das práticas toyotistas é enxugar a produção, ou seja, fabricar mais produtos usando menos força de trabalho. Para isso, a indústria automobilística utiliza a tecnologia microeletrônica a fim de automatizar a produção, promovendo, dessa forma, a supressão de alguns postos de trabalho e a intensificação das tarefas realizadas pelos operários. A produção, então, é reestruturada através do emprego da tecnologia e isso acarreta conseqüências à classe trabalhadora, pois desqualifica o trabalho operário. Essa reestruturação é viabilizada, também, pela flexibilização da produção e das leis trabalhistas regulamentadas pelo Estado burguês, o qual atualmente utiliza os ideais liberais. Uma das características do neoliberalismo é a formação de um exército de reserva, o qual funciona como quadro ameaçador aos trabalhadores, os quais, por medo do desemprego adotam um comportamento proativo dentro da empresa. Este cenário colabora para a perda da consciência do operário, pois ele se torna predicado do capital por depender deste para obter seus meios de subsistência, além de seu trabalho tornar-se nivelado pela máquina. Dessa forma, suas relações sociais, seu tempo e suas necessidades já não se submetem ao seu controle. O trabalhador passa, então, a ser controlado pelo capital, o qual corrompe o ato de trabalhar do operário, tornando-o abstrato, pois é esse trabalho que garante a valorização do capital. Os valores burgueses são propagados, então, com a finalidade de manter os operários desprovidos de sua consciência de classe, para que possam continuar valorizando o capital. Ou seja, a perda da consciência acerca da sua atividade é primordial para perpetuação do capitalismo. Assim, somente com a ruptura do atual modo de produção será possível conceber o trabalho operário como atividade desalienada.
ASSUNTO(S)
trabalho trabalho - indústria automobilística subjetividade capitalismo capitalism subjectivity
ACESSO AO ARTIGO
http://189.90.64.145/document/?code=vtls000122210Documentos Relacionados
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