TRABALHO DOCENTE E QUALIDADE DE VIDA NA REDE PÚBLICA DE ENSINO DE PELOTAS
AUTOR(ES)
SIDUANA FACIN NEVES
DATA DE PUBLICAÇÃO
2008
RESUMO
Esta pesquisa incluiu 601 professores de escolas públicas, estaduais e municipais, de ensino fundamental e médio da zona urbana de Pelotas, RS, em 2008, com o objetivo de investigar a influência das condições de trabalho na qualidade de vida (QV) e na ocorrência da síndrome de burnout. É um estudo do tipo analítico, de corte transversal. A coleta de dados se deu por meio de um questionário auto-aplicado, com informações sociodemográficas, comportamentais, ocupacionais e de saúde, além do instrumento WHOQOL-breve para avaliar a qualidade de vida e a escala de Maslach para avaliar burnout. Metade da amostra pertencia à da rede municipal, a maioria dos docentes era do sexo feminino, de cor branca, com renda familiar inferior a três salários mínimos per capita. Quase metade tinha pósgraduação, dos quais 93% tinham especialização, 49% trabalhavam só com ensino fundamental e, destes, 42% com séries iniciais. Um terço era sedentário e mais de 40% faltaram no último mês. A mesma proporção referiu algum problema de saúde e 18% costumam se automedicar. Apenas 19% consideravam sua qualidade de vida muito boa e para todos o domínio do meio ambiente esteve pior pontuado. As docentes pontuaram menos do que os docentes nos domínios físico e psicológico. Melhor condição socioeconômica esteve associada à melhor qualidade de vida. A QV, conforme o tipo de escola só foi diferente no domínio físico, estando os docentes do município com melhor índice do que os do estado. Um terço dos entrevistados (31,4%) foram classificados com a síndrome de burnout: alta exaustão emocional (20,5%), alta despersonalização (30,0%) e baixa realização pessoal (13,8%), sendo que estes três indicadores foram mais negativos para a rede estadual. Significativamente mais burnout tiveram as mulheres, os mais jovens e com menor tempo de docência, os com menor renda individual e os que não tinham outra atividade profissional. Em todos os domínios da escala de qualidade de vida foram registradas significativamente menores pontuações para os docentes que apresentavam burnout. Atividades que estimulem a aproximação entre professores podem contribuir para evitar a tendência a expectativas profissionais inalcançáveis, substituindo-as por metas realistas e discutidas coletivamente. Mesmo a ausência de condições de trabalho adequadas pode ser minimizada pela busca em grupo de soluções criativas, deixando de ser apenas umaqueixa isolada
ASSUNTO(S)
trabalho burnout quality of life qualidade de vida educator administracao de recursos humanos docente labor burnout
ACESSO AO ARTIGO
http://biblioteca.ucpel.tche.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=157Documentos Relacionados
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