Toxicidade do arsenato e efeito protetor do guaraná e da vitamina E no aparelho reprodutor de camundongos machos adultos / Toxicity of the arsenate and protective effect of guarana and vitamin E in the reproductive tract of adult male mice

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

A exposição ao arsênio (As) pode ocorrer, principalmente, pela água de beber e, em algumas situações, por ingestão de alimentos contaminados, inalação e absorção cutânea. Processos naturais, industriais e antrópicos têm contribuído para aumentar os teores de As no meio. O As influencia a função reprodutiva masculina, afetando o processo espermatogênico, e várias evidências indicam sua ação tóxica está relacionado ao aumento da produção de espécies reativas de oxigênio. Estes efeitos deletérios podem ser minimizados pela administração de diversas substâncias, incluindo aminoácidos, vitaminas e compostos quelantes. O guaraná, planta originária da região amazônica, é rico em cafeína, flavonóides e taninos com propriedades antioxidantes, sendo utilizado na fitoterapia para a prevenção e o tratamento de doenças relacionadas ao desequilíbrio da atividade oxidante da célula. A vitamina E suprime a peroxidação lipídica no testículo e mitocôndrias, sendo capaz de reverter efeitos deletérios decorrentes da exposição testicular a diversos fatores como ozônio, ciclofosfamida, toxinas e contaminantes policlorados bifenilicos. O presente trabalho avaliou a capacidade do testículo e outras estruturas teciduais acumularem arsênio e os efeitos tóxicos decorrentes desse acúmulo, assim como o potencial antioxidante do guaraná e da vitamina E. Foram utilizados 35 camundongos Suíços com idade de 70 dias, divididos em cinco grupos contendo sete animais cada: CTR-(controle negativo) em que os animais receberam apenas água destilada e 0,5 mL do veículo de suspensão carboxi- metil celulose (CMC) via intraperitonial (i.p); ARS-(controle positivo) em que os animais receberam 100 mg L-1 de arsenato e 0,5 mL de CMC/i.p; VTE - em que os animais receberam 100 mg L-1 de arsenato e vitamina E/i.p (2mg em 0,5 mL de CMC); GUA- em que os animais receberam 100 mg L-1 de arsenato e guaraná/i.p (2 mg g-1 de peso corporal em 0,5 mL de CMC); GUA/VTE - em que os animais receberam 100 mg L-1 e vitamina E (2mg em 0.5 mL de CMC) associada ao guaraná (2mg g-1 de peso corporal em 0.5 mL de CMC). O arsenato foi fornecido aos animais na água de beber e os tratamentos administrados em intervalos de 72 h. Após 42 dias, o que corresponde a um ciclo espermatogênico, os animais sofreram eutanásia e procedeu-se às análises. Os animais do grupo ARS apresentaram redução significativa no peso corporal, peso do parênquima e peso testicular, maior acúmulo tecidual de arsênio e concentrações elevadas de ALT, o que sugere ação hepatotóxica do arsenato além de uma redução no volume dos túbulos seminíferos, diâmetro tubular, na proporção da túnica própria, altura e proporção do epitélio germinativo e na produção espermática diária total. No compartimento intertubular, observou-se aumento da proporção volumétrica de tecido conjuntivo, macrófagos, espaço linfático, redução na proporção e volume da célula de Leydig, diâmetro nuclear, volume nuclear número das células de Leydig por testículo e na concentração plasmática de testosterona. A administração isolada ou associada de guaraná e vitamina E minimizou a maioria dos efeitos deletérios do arsenato na estrutura e função do aparelho reprodutor masculino. Esses dados indicam papel protetor de compostos não-enzimáticos presentes na dieta, como a vitamina E e o guaraná, capazes de minimizar os efeitos de espécies reativas de oxigênio.

ASSUNTO(S)

guaraná vitamina e estresse oxidativo arsênio testículo biologia geral testicle arsenic oxidative stress vitamin e guarana

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