Tornar-se homem: O projeto masculino na perspectiva de gênero

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Esta pesquisa teve como objetivo descrever e discutir como diferentes atributos da masculinidade são centrais para definição do eu de homens específicos e como se trata de um processo negociado em diferentes momentos do ciclo vital. Buscou-se compreender esse processo de negociação dos relacionamentos e sua intersecção com as prerrogativas da masculinidade hegemônica. Foram utilizadas histórias de vida de quatro homens entre 35 e 45 anos pertencentes à camada média ou média-alta urbana de uma população não clínica. Dois aportes teóricos teceram a rede conceitual que deu suporte à investigação: os estudos críticos sobre homens e masculinidades e a perspectiva de gênero. Os resultados revelam as vantagens do uso da história de vida como intermediário para os estudos com homens. A masculinidade (ser homem), longe de ser algo fixo, é definida e negociada ao longo do tempo, em diferentes arenas e com diferentes parceiros. A família (especialmente o pai e a mãe) é co-partícipe na construção da ordem de gênero no nascimento, na infância e na adolescência. O processo de corporalização da masculinidade hegemônica está associado à heterossexualidade, à força, resistência, dureza e competência física. É possível pensar que a hegemonia é fluida, frágil, passível de ameaça e deve ser continuamente garantida. Os homens se definem em relação aos outros homens, enquanto as mulheres são coadjuvantes no relato, sendo que, no todo, isso pode conduzir a vê-las como subordinadas, o que reafirma como o privilégio masculino é invisível e, portanto, como é difícil dar conta do mesmo

ASSUNTO(S)

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