Torà e identidade Ãtnica : os Pipipà de Kambixuru(Ãndios da Serra Negra)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2003

RESUMO

Esta dissertaÃÃo à sobre a DanÃa do Torà entre os Pipipà de Kambixuru, grupo indÃgena do SertÃo da Serra Negra, Floresta â PE, onde identificamos os sinais diacrÃticos que distinguem a identidade Ãtnica dos PipipÃ. Este estudo foi precedido de uma pesquisa de campo em que procuramos observar as âperformances dancÃsticasâ do TorÃ. Procuramos identificar e analisar as categorias que integram o sistema simbÃlico elaborado pelos PipipÃ, para compreender como o Torà està integrado na estrutura social dos PipipÃ, povo âressurgidoâ, outrora vivendo juntamente com os Kambiwà e que hoje se autodenomina atravÃs de um etnÃnimo historicamente conhecido, porÃm de um povo oficialmente extinto. Procuramos mostrar, neste trabalho, como os Pipipà processam a construÃÃo de sua identidade e de sua organizaÃÃo social. Analisamos a âdanÃaâ como uma linguagem e um fenÃmeno especÃficos dos povos indÃgenas no Nordeste brasileiro, que comunica, tanto aos danÃadores quanto aos espectadores, uma identidade Ãtnica, uma vez que os danÃadores passam a constituir um discurso de sua identidade, relacionado com o TorÃ. Os PipipÃ, ao anunciar sua identidade, desencadeiam uma sÃrie de relaÃÃes interÃtnicas marcada pelo conflito e pela barganha do reconhecimento tanto por seus parentes quanto pelo ÃrgÃo indigenista oficial e a sociedade envolvente. Assim a DanÃa do Torà revela-se como uma performance de natureza ao mesmo tempo polÃtica, ritualÃstica e lÃdica. Apesar da imposiÃÃo, essa danÃa encontra significaÃÃo no contexto do processo de etnogÃnese. Ao ser instituÃda e se afirmar em situaÃÃes histÃricas, sociais, culturais, polÃticas e ecolÃgicas diferentes, sua anÃlise revela cÃdigos inconscientes que explicam ou ajudam a compreendÃ-la. A DanÃa do Torà revela-se, portanto, capital cultural, moeda corrente na relaÃÃo de inclusÃo e exclusÃo entre os PipipÃ. Trata-se de uma identidade polÃtica no processo de produÃÃo da âindianidadeâ PipipÃ. A ressurgÃncia Ãtnica, nesse caso, torna-se uma variante dentro do movimento de âetnogÃneseâ

ASSUNTO(S)

torà danÃa grupos indÃgenas antropologia

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