Todos podem aprender : narrativas de professoras alfabetizadoras sobre uma experiência de formação continuada e suas repercussões na cultura escolar

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

18/12/2009

RESUMO

Neste estudo apresentamos as repercussões de um processo de formação continuada na perspectiva de nove professoras alfabetizadoras. Abordamos aspectos relacionados às políticas educacionais no que se refere às interferências sobre a formação continuada. O convênio entre Secretaria Municipal de Educação de Londrina e o Grupo de Estudos sobre Educação, Metodologia de Pesquisa e Ação - GEEMPA, firmado nos anos de 2002 e 2003, foi o objeto que desencadeou a presente investigação, por ter como centralidade neste projeto de formação continuada o princípio ‘todos podem aprender’. Para o reconhecimento da perspectiva dos sujeitos sociais participantes dialogamos com nove professoras alfabetizadoras sobre as repercussões deste princípio sobre a sua formação, prática e sobre a cultura escolar nos estabelecimentos de ensino onde atuam e/ou atuavam. Tal opção evidenciou a memória como fonte e nos remeteu à questão da restrição posta pela memória individual, o que nos levou a encaminhamentos metodológicos que favoreceram a produção de narrativas no coletivo das professoras, sendo os embates teóricos e operacionais o foco deste estudo. Tendo como referência a proposição de Christine Delory-Momberger (2008), em nossa adaptação, organizamos as nove professoras em três grupos de três para a produção coletiva do documento-depoimento. A opção metodológica realizada ao se coadunar com a pesquisa qualitativa trouxe visibilidade às diferenças e semelhanças entre as concepções das professoras e entre as realidades escolares. Apesar das dificuldades operacionais desencadeadas pela elaboração da narrativa no coletivo, observamos que nesta opção variados aspectos da cultura escolar emergem e nos permitem avançar na compreensão de como os professores elaboram seus pensamentos na relação com o princípio ‘todos podem aprender’ e suas repercussões sobre a cultura escolar. Ao analisarmos as representações das professoras foi possível dividir as causas das não aprendizagens na perspectiva que elaboraram em relação ao aluno ganhando ênfase a questão da saúde, família e ritmo de aprendizagem. No âmbito do professor a culpabilidade e a profecia do fracasso se destacaram e nos possibilitaram apontar diferenças entre o grupo de professoras que alfabetizaram a todos e aquelas que não alfabetizaram. As mudanças apontadas pelas professoras em sua atuação foram trabalho em grupo, aula-entrevista e o entendimento dos níveis psicogenéticos. Essas mudanças repercutem de forma significativa nos estabelecimentos de ensino e na Secretaria Municipal de Educação com a utilização de referências do GEEMPA na formação continuada na atualidade.

ASSUNTO(S)

professores alfabetizadores - formação prática de ensino reading teachers of practice teaching

Documentos Relacionados