The territorialization of the conflicts and contradictions: capital versus labor in the orange groves of Bahia and Sergipe / A territorialização dos conflitos e das contradições: o capital versus trabalho nos laranjais baianos e sergipanos

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

O presente trabalho buscou analisar as contradições existentes entre a expansão e apropriação do capital no território do Centro-Sul de Sergipe e Litoral Norte da Bahia, por meio da difusão de cultivos voltados ao agronegócio, com destaque para cultivo da laranja pêra para a produção de suco concentrado e congelado de modo a atender o mercado externo, sobretudo europeu, e suas repercussões nas relações de trabalho praticadas até então, bem como de que maneira esse processo vai promover a subjugação da renda camponesa ao capital, na medida em que os camponeses tornam-se grande parte da força de trabalho explorada. Considera-se que o capital tanto se territorializa na região mediante à implantação desse tipo de indústria, não raro estabelecendo alianças com os latifundiários locais, como busca monopolizar o cultivo da laranja realizado nas unidades de produção familiar, promovendo a submissão dessa renda camponesa aos seus interesses imediatos. Assim, a expansão capitalista vem favorecendo o processo de valorização das terras e a concentração das mesmas nas mãos de poucos grupos econômicos, como também a degradação das condições de trabalho dos camponeses, mediante o processo de expropriação de suas terras, bem como a existência de um significativo contingente de força de trabalho na região. Por um lado, também se verifica a exploração do trabalho familiar camponês pelo capital, que se apropria, a baixo custo, de grande parte dessa produção sem ter que remunerar o trabalhador. Alem disso, o trabalho feminino e infantil acaba por complementar as possibilidades da reprodução ampliada do capital na região. Dessa forma, o capital vai promovendo, de várias maneiras, suas investidas sobre o trabalho. Por outro, esses trabalhadores expropriados dos meios de produção e mesmo aqueles, que se mantêm com dificuldades em suas terras, buscam formas de resistirem ou permanecerem nelas, já que a experiência da luta pela terra via movimentos sociais tem ganhado visibilidade. Assim sendo, o território do Centro-sul de Sergipe e do Litoral Norte da Bahia, enquanto singularidade na totalidade, pode ser compreendido como a materialidade concreta das investidas do capital sobre o trabalho e das diversas experiências desenvolvidas no âmbito da classe proletária para continuar sobrevivendo do trabalho, portanto expressão da luta travada, historicamente, entre classes sociais com interesses antagônicos.

ASSUNTO(S)

classes sociais labor social classes trabalho territory capital território citriculture capital citricultura

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