Asteraceae Dumort. nos campos rupestres do Parque Estadual do Itacolomi, Minas Gerais, Brasil / Asteraceae Dumort. in the rocky fields of Itacolomi State Park, Minas Gerais, Brazil

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Este trabalho consiste do levantamento florístico e taxonômico de Asteraceae nos campos rupestres do Parque Estadual do Itacolomi (PEI), localizado nos municípios de Ouro Preto e Mariana em Minas Gerais, bem como da análise dos padrões de distribuição geográfica e similaridade florística com outras áreas de campo rupestre da Cadeia do Espinhaço. O levantamento realizou-se no período de agosto de 2005 a dezembro de 2007, em expedições mensais, realizadas em 10 trilhas pre-estabelecidas, cobrindo todos os tipos fitofisionômicos dos campos rupestres da área. Os exemplares coletados encontram-se depositados no Herbário da Universidade Federal de Viçosa (VIC). A família Asteraceae encontra-se representada na área em estudo por 224 táxons, sendo 219 espécies e 5 variedades, subordinadas a 56 gêneros e 11 tribos. As três subfamílias, Barnadesioideae (1 gênero), Cichorioideae (15) e Asterioideae (40), estão representadas. As tribos mais diversas são Eupatorieae (78 spp.), Vernonieae (38 spp.) e Astereae (38 spp.). Os gêneros mais representativos são Eupatorium (38 spp.), Baccharis (29 spp.) e Vernonia (27 spp.). Três novas espécies foram descobertas, Eupatorium sp.nov., Mikania sp. nov. e Stevia sp.nov., pertencentes a tribo Eupatorieae. Estes resultados fazem do Parque Estadual do Itacolomi a área de campo rupestre no Brasil, com o maior número de espécies de Asteraceae. A análise de distribuição geográfica mostra que 69,2% dos táxons são restritos ao território brasileiro, predominando nos padrões Brasil atlântico sudeste-sul e Brasil atlântico sudeste. A composição florística do Parque Estadual do Itacolomi mostrou uma correlação com as demais áreas de campo rupestre da Cadeia do Espinhaço, com influência de elementos florísticos do Cerrado e da Mata Atlântica, representados por 72, 8% de elementos generalistas. Os elementos especialistas correspondem a 61 táxons, restritos aos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço e/ou áreas adjacentes de Goiás, Mato Grosso e Pará. O endemismo regional está representado por 40,6% dos táxons restritos ao Brasil, destes 20,6% são restritos a Minas Gerais, e 1,9% são endêmicas do PEI. Na análise de similaridade o PEI agrupou-se a Serra do Cipó ao nível de 0,35 da escala de Sorensen, agrupamento justificado pela posição geográfica e similar influência do Domínio Atlântico na composição florística de ambas as áreas. São apresentados em forma de artigos científicos o tratamento sistemático das tribos amostradas, a distribuição geográfica e similaridade florística do PEI com as demais áreas de campo rupestre da Cadeia do Espinhaço e a descrição taxonômica dos três novos táxons para ciência.

ASSUNTO(S)

similaridade florística asteraceae floristic similarity taxonomia de fanerogamos asteraceae taxonomia geographical distribution distribuiçãogeográfica taxonomy

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