The newspaper in the information society: how Folha, Globo and Estado respond to technological innovations, readership decline and new medias competition. / O jornal na sociedade da informação: como a Folha, o Globo e o Estado respondem às inovações tecnológicas, à queda de leitura e à concorrência com novos meios

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Estuda o impacto da concorrência da internet, das TVs a cabo, do rádio e das revistas semanais sobre os jornais diários, num contexto de mudança dos hábitos de leitura. Analisa como os três principais jornais brasileiros respondem a esses desafios, sobre o pano de fundo da inovação tecnológica. Dados quantitativos indicam queda acentuada da circulação dos jornais na última década, apesar de uma recuperação em 2005. Os números também mostram uma diminuição contínua no tempo dedicado à leitura de jornais. Pesquisa qualitativa mostra que o público-alvo identifica os jornais com credibilidade, contextualização e análise, mas se ressente da falta de estímulos para a leitura, de seu aspecto pesado e sisudo. A revisão da bibliografia aponta que a indústria do jornal sofre pressões também no seu modelo de gestão. Empresas familiares dão lugar a sociedades de capital aberto, cujos acionistas pressionam por lucros. Executivos vindos de outras áreas implementam formas de gestão que priorizam critérios contábeis em detrimento de caprichos de jornalistas, como cadernos pouco rentáveis e coberturas dispendiosas. Diante disso, autores americanos e europeus procuram estabelecer correlações entre fatores intangíveis, como credibilidade e influência, e resultados associados à lucratividade, como penetração e circulação. Especialistas entrevistados prevêem uma aceleração da conversão, já em curso, dos jornais impressos em meios digitais. Os diretores de redação dos três jornais que são objeto do estudo Folha, Globo e Estado asseguram, em entrevistas, que os jornais impressos continuam sendo negócios rentáveis e ocupando lugar de destaque entre os meios de comunicação. Eles reconhecem que os jornais não voltarão aos picos de circulação dos anos 90, produzidos pela política de brindes conhecidos como anabolizantes. Mas defendem a função dos jornais como veiculadores de notícias contextualizadas e com o suporte de análises. A ênfase deve deslocar-se do estritamente factual para o analítico e interpretativo. Conclui-se que os três grandes jornais brasileiros reagem ao aumento da concorrência procurando realçar os atributos que os diferenciam dos outros meios, como a credibilidade e a capacidade de contextualização e interpretação da notícia, além da qualidade da narrativa. Entretanto, a mudança do suporte de papel para o online deve ter conseqüências sobre o modo de fazer jornal e sobre a relação entre o jornal e a publicidade, por causa sobretudo da demanda por interatividade dos usuários de internet e da exploração do hipertexto pelos anunciantes. A grande questão é se os jornais resistirão a essas demandas, correndo o risco de se tornarem menos relevantes no ambiente digital; ou se cederão, colocando em risco valores do jornalismo.

ASSUNTO(S)

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