The association of Streptococcus agalactiae with vaginal inflammatory process in women attended in public laboratories of Maceió. / A associação dos Streptococcus agalactiae com inflamação vaginal em mulheres atendidas nos laboratórios públicos de Maceió.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Introdução - Os Streptococcus agalactiae são bactérias consideradas parte da microbiota da vagina, das vias aéreas superiores e do trato intestinal, porém sua importância como patógeno humano vem crescendo no decorrer dos anos. Quando presente na vagina podem trazer sérias consequências para a mulher, podendo estar associados à infertilidade, aumentar o risco de ruptura prévia de membrana, levar a corioaminionite, endometrite, etc. e, a partir da colonização vaginal da mãe, pode também haver contaminação dos neonatos na hora do parto. Objetivo - O objetivo deste estudo foi determinar a associação dos Streptococcus agalactiae com inflamação vaginal em mulheres atendidas nos laboratórios públicos de Maceió. Material e método - Foi coletado material do terço médio distal da vagina de 1014 mulheres entre 18 e 49 anos. Um dos swabs foi utilizado para a realização de exame bacterioscópico e os outros dois swabs foram utilizados para a realização de cultura para o Streptococcus agalactiae (colocado em caldo Todd-Hewitt) e outros microrganismos, além de exame a fresco direto. A identificação dos microrganismos foi realizada de acordo com a literatura. Resultados - A frequência de colonização vaginal pelo Streptococcus agalactiae encontrada neste estudo foi de 13,9%, sendo que 98 (9,7%) culturas foram positivas somente para este microrganismo e em 43 (4,2%) o mesmo estava associado a outros microrganismos. Dentre as mulheres com cultura positiva apenas para o estreptococo, 18,9% apresentaram reação inflamatória, enquanto somente 6,7% não tinham inflamação. A proporção de reações inflamatórias observadas nas mulheres colonizadas pelo estreptococo foi comparável à de outros patógenos comumente encontrados na vagina como: Candida spp., G. vaginalis e Trichomonas spp.. Em relação ao grau de associação destes microrganismos com inflamação vaginal, verificou-se um Risco Relativo de 2,80 para o Streptococcus agalactiae, 2,01 para Candida spp., 0,55 para Gardnerella vaginalis e 19,03 para Trichomonas spp. Estes dados foram confirmados pela análise multivariada pelo método Forward Stepwise (Wald). Foi verificado que a gestação não constitui um fator de risco, bem como a idade, número de parceiros sexuais, frequência de relações sexuais, abortos e gestações anteriores. Conclusão - O estreptococo do grupo B, quando presente na vagina, mostrou ser um agente promotor de inflamação, a exemplo de outros microrganimos como Candida spp e Trichomonas spp, que são sempre valorizados quando encontrados nesse sítio. Este fato mostra que esta bactéria, ainda considerada parte da microbiota vaginal, pode ser considerada tão patogênica como outros microrganismos, havendo assim a necessidade de diferenciar quanto a um estado de simples colonização ou se a bactéria está sendo agente de processo infeccioso.

ASSUNTO(S)

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