Textualidade em livros didÃticos de Geografia: o papel da metadiscursividade

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

A responsabilidade pelos elevados e persistentes Ãndices de insucesso verificados no nosso sistema educacional tem sido, sistematicamente, atribuÃda à mà formaÃÃo do professor e/ou Ãs carÃncias sociais, econÃmicas e atà cognitivas do aluno. Esses diagnÃsticos tÃm negligenciado a importÃncia de um elemento que, no caso da escola brasileira, constitui nÃo apenas um importantÃssimo, mas, freqÃentemente, o Ãnico instrumento de (in)formaÃÃo para alunos e professores: o livro didÃtico. AlÃm disso, estudos relativos à textualidade desses manuais sÃo ainda escassos entre nÃs, principalmente nas Ãreas de disciplinas introduzidas apÃs a alfabetizaÃÃo, como a Geografia. Daà uma das razÃes desta investigaÃÃo. Motivados por experiÃncias pessoais e embasados em autores que nos fazem refletir sobre a textualidade do livro didÃtico, resolvemos tomÃ-lo como objeto da nossa tese de doutorado. E, dentre os vÃrios aspectos envolvidos nas questÃes da textualidade, elegemos os enunciados metadiscursivos, por considerar que constituem um dos pilares de sustentaÃÃo da arquitetura textual. Ao usÃ-los para comentar o seu prÃprio discurso, o autor dialoga com o leitor e orienta-o com relaÃÃo a aspectos estruturais e discursivos tais como: planejamento discursivo, progressividade temÃtica, especificaÃÃes terminolÃgicas, e sobre a presenÃa do OUTRO no seu texto. Favorece, assim, a textualidade e promove uma compreensÃo ativa e responsiva. Trata-se de uma pesquisa de natureza descritivo-analÃtica, na qual procuramos identificar, em materiais extraÃdos dos trÃs livros de Geografia mais adotados na 5 sÃrie de cinqÃenta escolas pÃblicas e privadas da Ãrea metropolitana do Grande Recife, as ocorrÃncias quantitativa e qualitativa das seguinte oito categorias metadiscursivas, cujas funÃÃes colaboram mais diretamente para a estruturaÃÃo da arquitetura textual: objetivo geral, previsÃo, revisÃo, retomada, glosa sobre o cÃdigo, indicaÃÃo para ilustraÃÃo, marcador ilocucionÃrio e narrador. Os resultados demonstram que apenas as glosas sobre o cÃdigo (37,25%) estÃo presentes de forma sistemÃtica e diversificada no corpus analisado. As revisÃes (17,64%) e previsÃes (15,68%) tÃm uma incidÃncia mÃdia e parecem revelar uma co-variaÃÃo com os tipos de argumentaÃÃo indutiva e dedutiva, respectivamente. Em seguida estÃo as retomadas (9,80%), que, aparentemente, sÃo mais favorecidas pela argumentaÃÃo dedutiva. Diante do elevado nÃmero de textos visuais presentes no corpus, a categoria indicaÃÃo para ilustraÃÃo constitui o tipo de enunciado metadiscursivo mais sub- utilizado (9,80%). Assim, textos lineares e visuais correm paralela e independentemente. Finalmente, as categorias: narrador (3,92%), objetivo geral (2,94%) e marcador ilocucionÃrio (2,94%), com os mais baixos Ãndices, revelam-se, praticamente ausentes, a despeito da sua alta incidÃncia e significativa importÃncia para a textualidade de textos de natureza cientÃfica. à possÃvel que os baixos Ãndices de enunciados metadiscursivos registrados nesta pesquisa estejam associados à ausÃncia de traÃos particulares que possam configurar no corpus um determinado gÃnero textual de modo mais especÃfico

ASSUNTO(S)

textualidad metadiscurso linguistica textualidade libro didÃtico livro didÃtico metadiscurso

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