TERRITÓRIOS DA CONSERVAÇÃO: uma análise do potencial fitogeográfico das UCs de uso sustentável em Sergipe.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

16/04/2012

RESUMO

Essa tese tem como recorte empírico as UCs de Uso Sustentável de Sergipe, e como objetivo analisar as potencialidades e a importância fitogeográfica no Estado de Sergipe das UCs de Uso Sustentável. A realização da pesquisa foi delineada a partir dos procedimentos metodológicos: a) levantamento bibliográfico e documental; b) pesquisa de campo mediante levantamento de dados secundários e primários, através de entrevistas semi-estruturadas; diálogos informais com vários atores sociais; e, observações sistemáticas nas UCs; c) elaboração dos mosaicos e das métricas da paisagem a partir da teledetecção, com o uso de ortofotocartas/2003 na escala de 1:10.000 e 1:2000, cujas imagens foram tratadas no software ArcGis 9.3 e na ferramenta Patch Analyst para os cálculos da métricas da paisagem; d) ordenamento e tabulação dos dados obtidos; e, e) análise e interpretação das informações. As UCs pesquisadas possuem potencial fitogeográfico, representado por enclaves de floresta ombrófila densa, vegetação de mangue, vegetação secundária, de restinga, de dunas e campos de várzeas. Esse potencial vem sendo afetado pelos diversos usos atribuídos aos territórios: cultivos, pastagem, aquicultura, indústrias, extração de minérios, além da atividade turística que vem crescendo no litoral sul. Esses usos têm gerado conflitos territoriais, resultando na exclusão e/ou espoliação das comunidades tradicionais e pequenos produtores locais implicando em perdas para a biosociodiversidade. As métricas da paisagem evidenciaram que parcela significativa dos fragmentos está envolvida pelo efeito de borda, cujas médias da Área Core mostraram que 43,17% da área dos fragmentos da APA do Litoral Sul, e 52,35% da Flonai e entorno estão menos propícias aos efeitos de bordas (relação interior-margem da mancha); já as Médias dos Índices de Forma (MSI) indicaram que os fragmentos possuem formas irregulares 1,59 e 1,45 respectivamente, cujo formato se afasta do padrão circular. O Índice de Proximidade identificou elevadas distâncias entre os fragmentos, caracterizando o isolamento de várias manchas. Esses índices são resultados dos usos atribuídos ao território e de falhas na gestão das UCs pelos órgãos ambientais, pois mesmo criadas na década de 1990 ainda não dispõe de mecanismos de gestão ambiental capazes de coibir as ações danosas, contradizendo os preceitos da política de conservação ambiental. A manutenção dos atributos biofísicos, depende da criação e implementação dos mecanismos de gestão ambiental, atrelada a ações que visem à conectividade dos remanescentes florestais, os quais podem vir a fazer parte de futuros corredores ecológicos de mata atlântica. Os planos de manejo devem incluir os anseios das comunidades tradicionais que dependem desses recursos. Assim, propostas que incentivem o uso da floresta em pé via atividades não-madeireiras devem ser priorizadas. É primordial que o órgão gestor conheça a realidade das UCs e busque caminhos alternativos para superar os desafios encontrados na gestão ambiental, e possam contribuir efetivamente para a elaboração das políticas públicas inclusivas a luz da biosociodiversidade.

ASSUNTO(S)

unidades de conservação território potencial fitogeográfico gestão ambiental ecologia da paisagem geografia conservation units territory phytogeographical potential environmental management landscape ecology

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