Terrestrial passengers transport system in productive restructuration times in São Paulo metropolitan area / Sistemas de transportes terrestres de passageiros em tempos de reestruturação produtiva na região metropolitana de São Paulo

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Esta Tese foi formulada buscando responder a uma problemática central: a reestruturação produtiva induz a uma redefinição do sistema de transportes terrestres, tanto no que se refere à infra-estrutura quanto aos deslocamentos realizados por passageiros. O objetivo geral desta pesquisa é o estudo da configuração da rede de transporte e dos ritmos dos fluxos urbanos na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), observando que a reengenharia da produção a partir da década de 1990 alterou os fluxos e provocou novas demandas por transportes, configurando novos arranjos espaciais na metrópole. Sob a linha metodológica de análise da realidade pautada sobre os fenômenos empíricos, de dados estatísticos e conhecimento teórico dos fatos que ocorrem na RMSP, no que tange às suas atividades econômicas, utilizamo-nos das quatro categorias do método geográfico de análise do espaço: forma, função, estrutura e processo. A pesquisa nos proporcionou, através do estudo das infra-estruturas de transporte ferroviário, metroviário e rodoviário, o conhecimento da forma. A análise dos fluxos realizados nos proporcionou o entendimento da função. As políticas que determinam a infra-estrutura viária e influem na qualidade dos fluxos de passageiros compuseram a dimensão da categoria de análise estrutura, fundamental para que pudéssemos fazer a crítica ao sistema de transporte de passageiros da RMSP. O processo histórico permeou toda a pesquisa. À luz da subjetividade expressa nas entrevistas que realizamos, foi possível construir uma nova visão de nosso problema de pesquisa. Fazendo uso dessas categorias analíticas, procuramos compreender a nova organização do espaço metropolitano sob o viés das infra-estruturas de transporte e dos deslocamentos dos passageiros. A reestruturação produtiva significou nada mais do que a incorporação de novas técnicas ao trabalho e à gerência, que engendraram alterações na organização do espaço. Em tempos de reestruturação produtiva, verificamos a diminuição das atividades industriais e o crescimento de novas modalidades de serviços. Isto significa que, com a terceirização de tantas atividades que, em tempos fordistas, se concentravam na fábrica, multiplicaram-se as empresas prestadoras de serviços produtivos. Além disto, muitos outros serviços distributivos e sociais aumentaram e se disseminaram pelo espaço urbano. Através do estudo das vias férreas, metroviárias e rodoviárias, das modalidades de transporte que circulam por estas vias na RMSP, e ainda dos deslocamentos de passageiros, concluímos que desde a origem da estruturação da metrópole paulistana, a mobilidade e a acessibilidade foram ao mesmo tempo princípios e resultantes do processo de metropolização, fato que pode ser verificado pelo estudo histórico da relação entre a expansão da mancha urbana e a estrutura viária. Tendo importante participação em todas as etapas do processo de estruturação da metrópole, a mobilidade teve um papel indutor tanto no início da metropolização quanto no atual período, quando a RMSP passa por intensas transformações decorrentes do processo de reestruturação da produção. Os resultados de nossa pesquisa nos fizeram concluir que, notadamente em meados dos anos 1990, os sistemas de transportes metropolitanos iniciaram um processo de reorganização e modernização, acelerados nos anos 2000. A Tese apresenta dados que demonstram que a redefinição do padrão produtivo também redefiniu o padrão da circulação de passageiros na RMSP.

ASSUNTO(S)

são paulo reestruturação produtiva circulação metrópole transporte urbano urban transport productive reorganization são paulo

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