Termografia infravermelha na análise da temperatura da superfície ocular após facoemulsificação

AUTOR(ES)
FONTE

Arq. Bras. Oftalmol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-06

RESUMO

RESUMO Objetivo: Este artigo descreve observações sobre mudanças na temperatura da superfície da córnea, olho e cavidade orbital após a cirurgia de catarata. Métodos: 39 pacientes, previamente submetidos à cirurgia de catarata com base em facoemulsificação, foram incluídos no estudo. A temperatura foi medida no centro da córnea, na superfície do olho e nas cavidades orbitárias, com câmera de imagem térmica FLIR T640 nos dias -1, 14 e 28 após a facoemulsificação da catarata e comparada aos valores basais pré-operatórios. Resultados: Diferenças estatisticamente significantes foram encontradas apenas para o valor médio da temperatura superficial mediana da cavidade orbital 14 dias após a cirurgia de catarata, em comparação com a temperatura pré-operatória (p£0,05). A análise revelou uma tendência decrescente na temperatura das áreas investigadas, com a maior diminuição no 14º dia após a cirurgia, seguida por um aumento de temperatura comparável à medida antes da cirurgia no dia 28 após a cirurgia. Conclusões: A temperatura da superfície ocular após a cirurgia de catarata dimimuiu gradativamente até o final do acompanhamento pós-operatório. A queda de temperatura pode estar associada ao aumento da instabilidade do filme lacrimal. Cerca de um mês após a cirurgia de catarata, a temperatura superficial ocular foi comparável à temperatura medida antes da cirurgia. A temperatura superficial ocular não aumentou após a cirurgia de catarata, sugerindo que não houve aumento significativo na reação inflamatória. Houve uma tendência de correlação negativa entre a idade e a temperatura da superfície ocular. Devido ao aumento da instabilidade do filme lacrimal após a facoemulsificação, deve-se considerar informar o paciente sobre a possibilidade de sintomas clínicos da síndrome do olho seco durante o primeiro mês após a cirurgia.

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