TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL PARA ESQUIZOFRENIA: UMA REVISÃO SOBRE EFICÁCIA, AVANÇOS RECENTES E ACHADOS NEUROBIOLÓGICOS
AUTOR(ES)
Candida, Maristela, Campos, Carlos, Monteiro, Bárbara, Rocha, Nuno Barbosa F., Paes, Flávia, Nardi, António Egídio, Machado, Sérgio
FONTE
MedicalExpress (São Paulo, online)
DATA DE PUBLICAÇÃO
29/09/2016
RESUMO
INTRODUÇÃO: A terapia cognitivo-comportamental (TCC) tem sido recomendada em diversas guidelines internacionais como a intervenção psicoterapêutica padrão de ouro para pacientes com esquizofrenia. Esta revisão tem como objetivo fornecer uma visão global sobre os avanços recentes da TCC na esquizofrenia. MÉTODOS: Para esta revisão narrativa foi realizada uma busca eletrônica na PubMed/MEDLINE, Web of Science e Cochrane Database utilizando as palavras-chave: "schizophrenia", "psychosis", "cognitive-behavioral therapy", "CBT" e "psychotherapy". RESULTADOS: Várias revisões sistemáticas suportam a eficácia da TCC na redução a curto e longo prazo dos sintomas positivos e negativos da esquizofrenia. Na última década, a TCC tem sido aplicada a indivíduos com alto risco de psicose, sendo também exploradas abordagens inovadoras na sua utilização (curta duração, web-based, autogestão). Redes neurais responsáveis por funções cognitivas de nível superior têm sido associadas a respostas positivas após TCC para esquizofrenia. Existe ainda evidência preliminar que a TCC promove a ativação de zonas pré-frontais responsáveis pela modulação top-down face a ameaças sociais. CONCLUSÃO: Na última década, a TCC para esquizofrenia tem explorado novos desfechos, intervindo em populações agudas e pré-clínicas e utilizado métodos alternativos para alcançar mais pacientes e reduzir custos O perfil neurocognitivo dos pacientes aparenta ter um papel crítico na resposta ao tratamento, pelo que combinar a TCC com reabilitação cognitiva poderá potenciar os seus efeitos terapêuticos. Apesar da TCC ser uma prática recomendada para a esquizofrenia, estudos futuros usando protocolos inovadores e explorando preditores e desfechos relacionados com o cérebro poderão possibilitar que esta intervenção seja mais eficaz, personalizável e alcance o máximo número de pacientes possível.
ASSUNTO(S)
terapia cognitivo-comportamental esquizofrenia psicose neuroplasticidade
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