Teoria funcionalista dos valores humanos: testando sua adequação intra e interculturalmente / FUNCTIONALIST THEORY OF HUMAN VALUES: TESTING ITS ADEQUATION WITHIN AND BETWEEN CULTURES

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

RESUMO. Esta tese objetivou conhecer a adequação da Teoria funcionalista dos valores humanos nos âmbitos intra e intercultural. Concretamente, testaram-se as hipóteses de conteúdo e estrutura dos valores proposta por esta teoria. Neste sentido, realizaram-se dois estudos. O Estudo 1 considerou uma amostra de 34.020 participantes das cinco regiões do Brasil. Estes tinham idade média de 26 anos, sendo equitativamente distribuídos quando ao sexo. Com o fim de testar tais hipóteses, a amostra foi dividida segundo a região: Norte (n = 2.328), Nordeste (n = 17.431), Centro-Oeste (n = 2.735), Sudeste (n = 8.554) e Sul (n = 2.919). Inicialmente, por meio de análise fatorial confirmatória (AFC), checou-se a hipótese de conteúdo, admitindo que os 18 valores poderiam ser representados em seis subfunções valorativas (modelo original), confrontando-o com estruturas fatoriais alternativas (uni, bi, tri e pentafatorial). Independente da região, o modelo original foi o mais adequado, apresentando indicadores de ajuste aceitáveis (GFI, RMSEA). Posteriormente, testou-se a hipótese de estrutura por meio de escalonamento multidimensional (EMD) confirmatório (Proxscal), adotando o Phi de Tucker (ϕ) como indicador de ajuste do modelo. Coerentemente, nas cinco regiões este indicador se situou acima do recomendado (0,90), indicando que os valores poderiam ser representados em um espaço 3 (tipo de orientação: pessoal, central e social) x 2 (tipo de motivador: materialista e idealista). O Estudo 2 teve como objetivo replicar estes achados, considerando uma amostra total de 4.890 participantes, cuja idade média foi de 24.2 anos, sendo a maioria do sexo feminino (57,7%), distribuídos em 12 países: Alemanha (n = 156), Argentina (n = 406), Brasil (n = 1.235), Colômbia (n = 230), Espanha (n = 874), Filipinas (n = 279), Honduras (n = 199), Inglaterra (n = 298), Israel (n = 167), México (n = 274), Nova Zelândia (n = 257) e Peru (n = 615). No caso da hipótese de conteúdo, testaram-se por meio de AFC o modelo original (hexafatorial) e os alternativos (uni, bi, tri e pentafatorial), confirmando-se em sete países (Alemanha, Brasil, Espanha, Inglaterra, Israel, Nova Zelândia e Peru) a adequação melhor do modelo original (Δχ, ECVI); nos outros cinco países (Argentina, Colômbia, Filipinas, Honduras e México) os melhores modelos foram os penta e hexafatorial, não diferindo entre eles. Além disso, testou-se a invariância fatorial do modelo original (hexafatorial), que reuniu as propriedade de invariância configural, métrica e estrutural. Quanto à hipótese de estrutura, em todos os países o indicador de ajuste (Phi de Tucker) se mostrou adequado (ϕ ≥ 0,93), permitindo afirmar que os valores se configuram em um espaço 3 x 2, como teorizado. Buscou-se ainda verificar se esta estrutura se mantinha equivalente através dos países, realizando análises procrustes generalizadas (APG), as quais permitiram comprovar que a estrutura era similar nos diversos países (ajuste total superior a 0,90; valores médios de ϕ e Raw Stress de 0,94 e 0,11, respectivamente). Concluiu-se que, além de fundamentada, parcimoniosa e integradora, a Teoria funcionalista dos valores humanos reúne evidências empíricas de sua adequação tanto no Brasil como em outros países. Portanto, poderá ser utilizada para compreender os valores humanos e seus correlatos.

ASSUNTO(S)

valores motivações funções teoria estrutura conteúdo psicologia social values motivations functions theory structure content

Documentos Relacionados