Tendências no padrão de prescrição de drogas antiepilépticas em idosos internados em um centro terciário brasileiro
AUTOR(ES)
ASSIS, Telma; BACELLAR, Aroldo; CÔRTES, Luan; SANTANA, Silas; COSTA, Gersonita; NASCIMENTO, Osvaldo
FONTE
Arq. Neuro-Psiquiatr.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2021-01
RESUMO
RESUMO Introdução: Os dados referentes à prescrição de drogas antiepilépticas (DAE) em pacientes idosos hospitalizados são limitados. Objetivo: Avaliar as mudanças no padrão de prescrição de DAE em idosos hospitalizados com epilepsia de início tardio, entre 2009-2010 e 2015-2019, e interpretar quaisquer padrões inesperados no período de 2015-2019. Métodos: Foram selecionados pacientes com ≥60 anos com epilepsia de início tardio admitidos em um centro terciário. Analisamos os dados demográficos, as características e etiologia das crises, as comorbidades e as comedicações. Foram avaliados os esquemas de prescrição das DAE no tratamento de epilepsia para pacientes internados. Os regimes de DAE foram categorizados em dois grupos: o grupo 1 incluiu as DAE apropriadas (carbamazepina, oxcarbazepina, ácido valproico, gabapentina, clobazam, lamotrigina, levetiracetam, topiramato e lacosamida); e o grupo 2 compreendeu as DAE subótimas (fenitoína e fenobarbital). A análise de regressão logística multivariada foi realizada para identificar fatores de risco para prescrição de DAE subótimas. Resultados: Foram incluídos 134 pacientes (idade média: 77,2±9,6 anos). Encontramos uma redução significativa do uso das DAE subótimas (73,3 para 51,5%; p<0.001); entretanto, a fenitoína permaneceu sendo a DAE mais prescrita para os idosos hospitalizados. Também encontramos um aumento na prescrição da lamotrigina (5,5 para 33,6%) e do levetiracetam (0 para 29,1%) no período. O estado de mal epiléptico (EME) convulsivo e as crises agudas sintomáticas que estiveram associadas a etiologias remotas e progressivas foram fatores de risco para prescrição de DAE subótimas. Conclusões: A fenitoína foi a principal DAE subótima prescrita em nossa população, e o EME convulsivo e as crises agudas sintomáticas associadas a algumas etiologias foram fatores independentes de risco para a prescrição da fenitoína. Esses resultados sugerem a necessidade de compromisso contínuo para reduzir a prescrição de DAE subótimas, particularmente a fenitoína nas salas de emergência brasileiras.
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