Tendência de abortos espontâneos e induzidos na região semiárida do Nordeste do Brasil: uma série transversal

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Bras. Saude Mater. Infant.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2018-03

RESUMO

Resumo Objetivos: este estudo objetiva estimar as taxas, fatores associados e tendência das taxas de aborto no Nordeste do Brasil. Métodos: série de estudos transversais realizada no Ceará, um dos estados mais pobres do país. Uma amostra de cerca de 27000 mulheres em idade reprodutiva foi utilizada. A ocorrência de aborto foi aferida através de informação dada pela participante e taxas foram calculadas usando estimativas populacionais oficiais. As tendências e associações entre fatores socioeconômicos e reprodutivos foram estudadas através de modelos regressivos. Resultados: foi identificada tendência de redução nas taxas de abortamento. Para aborto induzido, os determinantes foram não ter um parceiro fixo, ter utilizado camisinha na última relação sexual, ter tido o primeiro filho com menos de 25 anos (AOR= 5,21; ACI: 2,9 - 9,34), e ter tido a primeira relação com menos de 13 anos (AOR= 5,88; ACI: 3,29 - 10,51). Para o espontâneo, ter estudado menos de oito anos, conhecimento sobre a pílula do dia seguinte (AOR= 26,44; ACI: 17,9 - 39,05), e não ter filhos (AOR= 3,43). Conclusões: as taxas podem ser subestimadas por serem auto relatadas. Estar na adolescência e ter conhecimento sobre métodos contraceptivos foram associados aos dois tipos de aborto, enquanto nível educacional com o espontâneo e estado conjugal com induzido. Programas para reduzir taxas de abortamento deveriam focar em mulheres solteiras e com baixa educação.

ASSUNTO(S)

saúde da mulher aborto estudo de prevalência brasil determinantes epidemiológicos

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