Tempo e linguagem na psicose da criança / Not informed by the author

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

16/10/1996

RESUMO

Abordou-se o tema da psicose na criança a partir da teoria psicanalítica de Freud e de seu prolongamento em Lacan. Aspectos metodológicos do uso de descrições clínicas e seu fundamento numa dada concepção de linguagem foram tratados de forma a circunscrever o tempo como condição básica da construção clínica. Propõe-se uma perspectiva de leitura para algumas frações da metapsicologia das psicoses que visa tornar compatível a idéia de tempo como condição descritiva com a idéia da linguagem como modelo do aparelho psíquico. Denominamos tal perspectiva de multiestratificação linguística do psiquismo. Nela, procura-se ampliar a concepção de linguagem inicialmente suposta por Lacan (o estruturalismo saussureano), de modo a acolher algumas teses da filosofia da linguagem bem como valorizar a vertente da linguística da enunciação. O exame de alguns fragmentos descritivos, tendo em vista tal modelo, mostrou que a criança psicótica, entre 7 e 12 anos, mostra grande instabilidade em sustentar simultaneidades de significação. A brincadeira turbulenta foi usada como contexto exemplificador neste caso. A agressividade desta criança pode ser considerada em função da desarticulação da temporalidade. As relações entre satisfação, prazer e gozo encontramse alteradas em relação a neurose, o que se poderia constatar pela irreversibilidade das montagens pulsionais. Na esfera da fala e do ato de linguagem, o plano do significante, da proposição (frase) e da enunciação não se articulam em formações intermediárias. Sugere-se a valorização da prosódia, do ritmo e da temporalidade da enunciação como caminhos de eventual interesse terapêutico

ASSUNTO(S)

child psychoanalysis childhood psychosis language linguagem psicanálise da criança psicose infantil tempo time

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