Temperatura mínima letal e delimitação das áreas de baixo risco de geadas para o cultivo do pinhão-manso (Jatropha curcas L.) no estado do Paraná

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Os objetivos deste trabalho foram determinar a temperatura mínima letal para plantas jovens de Pinhão-manso (Jatropha curcas L.), definir e mapear as regiões que apresentam condições térmicas aptas ao seu cultivo, visando subsidiar a expansão desta cultura no sul do Brasil como alternativa para rodução de biodiesel. O experimento foi conduzido no Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), em Londrina-PR (23º23? S, 50º11? W). Utilizando uma câmara fria, foram realizados tratamentos de simulação de temperaturas mínimas de +1ºC, 0ºC, -1ºC, -2ºC, -3ºC, -4ºC e -5ºC, comparando-se os efeitos com um controle exposto à temperatura ambiente. O delineamento estatístico foi inteiramente casualizado, com 10 repetições. As médias foram comparadas utilizando o teste de Tukey (P<0,05). Os seguintes parâmetros foram avaliados: taxa fotossintética das plantas após 6 horas, 7 dias e 14 dias; danos foliares visuais um dia e um mês após os tratamentos; mortalidade das plantas um mês após os tratamentos; atividade da enzima peroxidase nas folhas; teores de proteínas totais solúveis e recuperação das plantas no campo. Os dados foram submetidos à análise de regressão a 5% de significância. A temperatura mínima de -3ºC provocou a morte das folhas em 60% das plantas. A exposição a -4ºC foi letal para 60% das plantas, enquanto que a -5ºC todas as plantas morreram. A fotossíntese foi prejudicada pelas baixas temperaturas e nos tratamentos -4ºC e -5ºC os valores foram negativos, demonstrando que o processo foi completamente paralisado e as plantas estavam somente respirando. A atividade da peroxidase se elevou nos tratamentos +1ºC, 0ºC, -1ºC e -2ºC e apresentou decréscimos sob temperaturas iguais ou inferiores a -3ºC. Os teores de proteínas totais solúveis foram maiores quanto menores as temperaturas a que as plantas foram submetidas. Concluiu-se que as baixas temperaturas aumentam a atividade da enzima peroxidase em plantas de pinhão-manso até o ponto em que se iniciam os danos, quando a atividade passa a decrescer e assim pode ser utilizada como indicativo de sensibilidade a baixas temperaturas. Com base nos danos verificados, estabeleceu-se a temperatura mínima crítica de 0oC no abrigo meteorológico como limitante ao cultivo. Séries históricas de temperaturas mínimas da rede de estações meteorológicas do Instituto Agronômico do Paraná foram analisadas para ajustar os dados à distribuição de extremos. Os dados foram transferidos para um Sistema de Informação Geográfica para realizar as análises de espacialização dos dados. Os parâmetros alfa e beta da distribuição de extremos foram correlacionados com altitude e latitude, utilizando uma base altimétrica com valores a cada aproximadamente 900 x 900 m. Foram gerados mapas de probabilidade de ocorrência de geadas com riscos de 10 e 20%, correspondendo a uma geada a cada 10 e 5 anos em média, respectivamente. Estes resultados fornecem suporte para a expansão da cultura do pinhão-manso no Paraná em áreas com baixo risco de perdas por ocorrência de geadas.

ASSUNTO(S)

meteorologia agrícola. jatropha curcas l agricultural meteorology vegetation and climate. pinhão-manso vegetação e clima

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