Tecnologias emergentes em radioterapia em um país em desenvolvimento: perfil do uso de radiocirurgia extracraniana em uma instituição filantrópica privada

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Assoc. Med. Bras.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2016-11

RESUMO

Resumo Objetivo: realizar uma análise quantitativa das indicações e do uso de SBRT (stereotactic body radiotherapy) em uma instituição filantrópica. Além disso, descrever temporalmente as características dos pacientes e tratamentos. Método: retrospectivamente, foram coletados, por dois investigadores independentes, os dados de todos os pacientes tratados com SBRT na instituição no período de maio de 2007 a fevereiro de 2015. Dados foram estratificados e comparados em dois períodos: inicial (P1) (maio de 2007 a abril de 2011) e período seguinte (P2) (maio de 2011 a abril de 2015). Os seguintes parâmetros foram comparados entre os grupos: número total de pacientes e lesões tratadas, local de tratamento, uso de imagens adicionais, adoção formal de protocolo e técnica de planejamento. Resultados: foram avaliados 176 pacientes e 191 lesões, sendo 34 (18%) no P1 e 157 (82%) no P2, tratados com SBRT. A maioria das lesões eram metastáticas (60,3%), sendo pulmão o sítio mais prevalente, contabilizando 115/191 (60,2%) lesões, seguida de lesões ósseas (30,8%). Uma média de 1,4 (±0,6) exame de imagem adicional foi usada para o delineamento. Uso formal de protocolo/recomendações foi descrito em 79% das lesões. A técnica 3D-conformada (3DCRT - three-dimensional conformal radiotherapy) foi a mais utilizada para planejamento [123/191 (64,4%) lesões] quando comparada à intensidade modulada e ao arco dinâmico (p=0.0001). O P1 esteve associado a maior número de lesões primárias tratadas (OR 2,09; p=0,0005), lesões pulmonares (OR 3,85; p=0,0198), pacientes ≥ 70 anos (OR 2,77; p=0,0005), uso de planejamento 3D (OR 16; p=0,0001), menor uso de imagens adicionais [0 ou 1 (versus > 1)] (OR 7,5; p=0,0001) e ECOG 0 (vs. > 0) (OR 0,21; p=0,0431). Conclusão: o uso de SBRT aumentou ao longo do tempo na instituição. No P2, notou-se uma evolução técnica, com indicações mais diferenciadas, maior uso de imagens auxiliares para definição do alvo e técnicas de planejamento mais sofisticadas.

ASSUNTO(S)

radioterapia estereotáxica extracraniana radio-oncologia neoplasia de pulmão radiocirurgia

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