Tecnologia e economia do briquete de madeira / Technology and economy of the wood briquette

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Este trabalho trata do perfil industrial e do mercado do briquete de madeira e da briquetagem sob duas áreas do conhecimento: a tecnologia do adensamento ligno-celulósico e a economia. O objetivo geral foi investigar as características técnicas e contábeis-gerenciais do briquete e do processo industrial para os fluxos de massa e de energia. Além disso, teve-se como objetivo secundário determinar o comportamento deste biocombustível sólido no mercado brasileiro, por meio de pesquisa qualitativa realizada com os atores envolvidos nos anos de 2006 a 2007. O trabalho foi desenvolvido em uma indústria tomada como referência, onde se realizou o levantamento da estrutura industrial e a quantificação dos energéticos envolvidos no processo. Concomitantemente, foi realizado levantamento contábil-gerencial para cada etapa do processo de fabricação do briquete com especificação dos custos desde a matéria-prima disponível até o produto acabado e entregue ao consumidor, utilizando os métodos: ABCActivity-Based Costing e SWOT Analysis. Com granulometria variando de 0,84mm a 3,35mm e teor de umidade de 43,8% em base úmida; 2215 kg/hora de serragem de Pinus sp entram no secador iniciando o processo de produção de briquetes; saindo 1739 kg/hora de serragem a 11% de umidade em base úmida que seguem para o silo. As briquetadeiras trabalham independentes, recebendo 1926 kg/hora de serragem provenientes do silo, que são compactadas a uma tensão 14,1 a 24,7 MPa produzindo 1926 kg/hora de briquetes com 85 mm e 95mm de diâmetro e 300mm de comprimento, 12,9% de umidade, 10,03GJ/m3 de densidade energética e uma boa resistência à compressão e à produção de finos. O consumo de energia foi de 435 kWh/t de briquetes produzidos, sendo o setor de secagem o maior consumidor de energia (78,62%). O custo de produção foi de R$ 265/t de briquete, tendo o frete da matéria-prima e de entrega do briquete a maior participação (31,7%); e posto-cliente R$ 305,00/t; contra R$ 160/t de lenha posto-cliente. No entanto, quando se considera o preço direto da energia contida no combustível, o briquete é R$ 21/GJ e lenha, R$ 15,1/GJ. Na análise de mercado, as vantagens apresentadas para o briquete foram a maior densidade energética e a produção de altas temperaturas de forma rápida e, como desvantagens, o custo elevado do frete de entrega e a necessidade de armazenamento em local coberto. Foram observados, também, vários usos em diversos segmentos do mercado; no entanto, a lenha tem sido utilizada nestes segmentos, sendo hoje, seu maior rival, pois o consumidor compra preço e, não, energia e, neste caso, a lenha leva vantagem. O briquete é um produto técnico e economicamente viável sendo os seguintes os fatores da sua preferência: o aumento da demanda por energia; o aumento dos preços do petróleo, por ser um combustível fóssil e portanto, finito; a crescente consciência ecológica, o que dificultará cada vez mais a oferta da lenha nativa; redução do preço pela futura escala de produção. Em função disto o quadro que se apresenta para o futuro do briquete é favorável e certamente terá o seu consumo registrado no Balanço Energético Nacional, consolidando, assim pela informação oficial, a sua maior participação no mercado.

ASSUNTO(S)

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