Técnica de Ilizarov nas osteotomias do fêmur proximal e pélvica tripla para o tratamento da displasia do desenvolvimento do quadril em adolescentes

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. bras. ortop.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-04

RESUMO

Resumo Objetivo A importância das osteotomias pélvicas na coxartrose desenvolvida ainda é discutível. Alguns autores acreditam que a incongruência e a osteoartrite inicial das superfícies articulares são contraindicação para a cirurgia de preservação articular e estimularão maior progressão. A visão oposta é a de que a osteotomia pélvica tripla pode ser uma alternativa à substituição articular precoce. Este estudo relata resultados de médio a longo prazo de pacientes adolescentes com coxartrose desenvolvida, tratados por osteotomias proximais do fêmur e pélvica tripla, fixados pela técnica de Ilizarov. Métodos Revisão retrospectiva entre 2002 e 2014 do tratamento de 26 pacientes com coxartrose devido a displasia do desenvolvimento do quadril. A amostra continha 22 mulheres e 4 homens. A idade média na operação foi de 14,7 anos (variação: 12–18 anos), e o acompanhamento médio foi de 5,9 anos (variação: 3–13). Resultados Os resultados funcionais iniciais de acordo com o método de Merle d'Aubigné e Postel foram: dor – 4,3 ± 0,05 pontos; mobilidade – 3,6 ± 0,3 pontos; e marcha – 4 ± 0,15 pontos. O valor médio do índice da zona de carga (ZC) foi 38,7º ± 2.721º. O coeficiente acetabular (CA) foi de 162 ± 6,8, e o ângulo centro–borda (ACB) de Wiberg foi de 3º ± 0,2º. Os resultados foram acompanhados por 3 a 13 anos. No acompanhamento final, os resultados radiográficos mostraram que o valor do índice da ZC diminuiu para 8.2 ± 1.293º (0º–15º), e o CA aumentou para 249 ± 12,05. A média do ângulo cervicodiafisário (ACD) foi 115º ± 4º, a distância articulotrocantérica (DAT) foi de 8,5 ± 1,5 mm, e o ACB de Wiberg foi 28º ± 1,6º no acompanhamento final. A distribuição das articulações segundo Tönnis et al foi: grau I – 17 articulações; grau II – 8 articulações; e grau III – 1 articulação. O resultado foi bom em 14 pacientes (54%), razoável em 10 pacientes (34,5%), e ruim em 2 (11.5%). Conclusão O tratamento da displasia do quadril na adolescência requer uma avaliação adequada do grau de displasia e a cirurgia necessária para reorientar os componentes pélvicos com o objetivo de alcançar condições adequadas para a remodelação do quadril. Nossos resultados de médio a longo prazo mostraram desfechos muito bons ao aplicarmos esses princípios usando a técnica de Ilizarov.

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